Mike Madrid, autor de “The Latino Century”, oferece uma perspectiva única sobre o eleitorado latino nos Estados Unidos devido à sua experiência profissional e educação. Criado em uma família mexicano-americana no sul da Califórnia, Madrid se tornou republicano aos 9 anos, inspirado pela eleição de Ronald Reagan em 1980. Ele é membro de longa data do Partido Republicano e cofundador do Lincoln Project, crítico de Donald Trump desde sua campanha de 2016.

Madrid acredita que tanto republicanos quanto democratas estão interpretando mal o eleitorado latino, que pode ser crucial nas eleições presidenciais de 2024. Ele ressalta que empregos e economia são as principais preocupações dos latinos, desmistificando a visão de que se concentram apenas em imigração e questões de fronteira. Ele destaca que muitos latinos nos EUA não são imigrantes e muitos não falam espanhol.

Madrid defende que os latinos, um grupo crescente e otimista que representa cerca de 19% da população dos EUA, devem ter um papel maior na democracia americana. Ele propõe uma democracia multiétnica e pluralista e enfatiza a importância de considerar as perspectivas de gerações de latinos nascidos nos EUA, além dos imigrantes naturalizados.

Ele critica os democratas por assumir erroneamente que representam todos os latinos e por ignorarem a mudança de eleitores latinos para a direita. Ele observa que, embora a maioria dos latinos ainda seja democrata, o partido tem perdido apoio entre os latinos ao focar em eleitores brancos, progressistas e com ensino superior, que se interessam mais por questões culturais do que pelas preocupações da classe trabalhadora.

Para os republicanos, Madrid sugere que entender a assimilação dos latinos, cujas famílias estão nos EUA há gerações, é crucial. Ele critica o foco quase exclusivo do GOP em eleitores brancos sem educação universitária e no uso de questões raciais para demonizar imigrantes latino-americanos.

Madrid argumenta que os republicanos poderiam ganhar mais apoio latino e vencer mais eleições nacionais se adotassem uma postura mais pró-imigrante e se concentrassem nas políticas econômicas tradicionais, como corte de impostos e redução de regulamentações governamentais.