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Estados Unidos veem polarização regional nas políticas estaduais de imigração em 2025

Editores | 29/05/2025 16:02 | POLÍTICA E ECONOMIA
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Ao fim do primeiro semestre legislativo de 2025, os estados norte-americanos demonstram um cenário profundamente dividido quanto à abordagem da imigração. Enquanto algumas regiões adotam medidas para ampliar a proteção a imigrantes, outras intensificam políticas de fiscalização inspiradas no endurecimento promovido durante o governo Trump. A análise das ações estaduais revela uma fragmentação nacional, em que políticas de acolhimento e repressão convivem dentro de um mesmo país.


Segundo estudo publicado pelo Imigration Impact, no Nordeste, o foco é o fortalecimento de garantias legais para imigrantes, como evidenciado pela legislação aprovada em Nova York que facilita a regularização de famílias de militares estrangeiros. Outros estados da região adotaram medidas para impedir ações imigratórias em locais sensíveis, como escolas e hospitais, e fortaleceram leis que restringem a cooperação entre autoridades locais e federais na execução de deportações.


Em contraposição, o Sudeste caminha em sentido oposto. Estados como Tennessee e Flórida ampliaram a cooperação com autoridades federais, restringiram direitos civis de imigrantes e criminalizaram condutas de agentes públicos que se recusam a colaborar com políticas de deportação. A legislação do Tennessee, por exemplo, centraliza e amplia a atuação estatal na repressão a imigrantes, ao mesmo tempo em que impõe penalidades a servidores públicos.


O Centro-Oeste e o Oeste apresentam uma postura ambígua. Embora aprovem projetos de lei que reconhecem a contribuição econômica de imigrantes — como a autorização para que médicos formados no exterior atuem em áreas carentes —, também aprovam medidas repressivas, como a proibição de cidades santuário e a exigência de verificação de status migratório por policiais. Essa dualidade reflete o embate entre pressões políticas conservadoras e a necessidade prática de integrar imigrantes às economias locais.


No Sudoeste, essa polarização se repete. O Colorado desponta com propostas robustas de proteção aos direitos civis de imigrantes, eliminando barreiras burocráticas e limitando o compartilhamento de dados com autoridades de imigração. Em contraste, o Texas e o Arizona adotam leis restritivas, como a limitação ao acesso à educação e benefícios públicos para indocumentados. Ainda assim, há avanços pontuais em estados como Novo México e Oklahoma, que adotaram medidas para ampliar a inserção de imigrantes no mercado de trabalho.


Essa divergência de rumos revela o peso crescente dos legislativos estaduais na formulação de políticas migratórias. Em um cenário nacional de impasse político, os estados assumem protagonismo, moldando o cotidiano das comunidades imigrantes. As decisões adotadas em nível local determinam não apenas o acesso a direitos e oportunidades, mas também a segurança jurídica e social dessas populações. O mapa da imigração nos EUA, em 2025, é um mosaico de avanços e retrocessos que evidencia o papel crucial das escolhas políticas regionais na definição do futuro dos imigrantes no país.

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