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Novas gerações de negros e latinos nos Estados Unidos estão se armando

Editores | 26/11/2021 10:15 | CULTURA E SOCIEDADE
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O documentário da CBSN Originals chamado “The New Pro-Gun Generation”, que estreou no final do mês de outubro, tem suscitado maiores discussões acerca do aumento da compra de armas pela população latina e negra nos Estados Unidos.
O fundador da associação “Latino Rifle Association” (LRA) que aparece no filme, tem apenas 23 anos e considera seu grupo como uma organização politicamente progressista e de esquerda. Estudante de Direito, ele explica que procura exercer seus direitos a partir da Segunda Emenda à Constituição dos Estados Unidos de 1971, que rege sobre o direito dos cidadãos em garantir a própria defesa e a segurança de uma Estado livre, seja portando armas ou qualquer equipamento. 

Nota-se que o site da associação é aberto a todos os grupos étnicos ou raciais, “desde que sua missão e regras sejam respeitadas”. “Desde a sua formação em 2020, o LRA atraiu várias centenas de membros nos Estados Unidos”.

Ainda de acordo com o jovem estudante, as comunidades latinas e negras no país perderam a confiança nos governantes e na proteção da polícia, principalmente após o tiroteio em massa que aconteceu em 3 de agosto de 2019 em El Paso, por um supremacista branco que pretendia expulsar essas comunidades do país com a geração de terror e medo. 

Um relatório emitido recentemente pela “Everytown for Gun Safety”, uma organização sem fins lucrativos, considera que a compra de armas por civis não é a solução. O relatório afirma ainda que tiroteios como o ocorrido em El Paso poderiam ser evitados por meio de ‘intervenções políticas baseadas em evidências’, que poderiam revogar o direito do porte de armas, por exemplo, às pessoas com antecedentes criminais ou de violência.

O documentário explicita outras razões do aumento de compra de armas por latinos e negros, como no caso de um casal “birracial” que moram no subúrbio de Dallas e que sofrem grandemente os impactos do preconceito em suas vidas. Afirma que com a eleição de Donald Trump em 2016, a sensação de medo e desamparo aumentou entre essas comunidades.

"Vimos um aumento dramático no número de grupos que apoiam os direitos de armas de pessoas LGBTQ, pessoas de cor e outros grupos de esquerda nos últimos anos, disse Adam Winkler, professor de Direito Constitucional da UCLA, à CBS News”, apesar do número ainda inexpressivo desses grupos atualmente. 

“Uma pesquisa do “Pew Research Center” de 2017, revelou que 36% dos brancos disseram que possuem uma arma, em comparação aos 24% dos negros e 15% dos hispânicos”, no entanto, esse número tem aumentado significativamente. 
“Em 2020, dos cerca de 8,5 milhões de compradores de armas pela primeira vez, 40% eram mulheres, e as compras feitas por negros americanos aumentaram 56% em comparação a 2019”. 

A Pandemia do Novo Coronavírus também foi um tema relacionado ao aumento da compra de armas no documentário em questão. Ainda de acordo com o professor Winkler, “quando sua vida vira de cabeça para baixo e você sente que as coisas nas quais confia para sua segurança e proteção simplesmente não parecem mais existir, há mais interesse em comprar uma arma”.
Um veterano do Exército e fundador do “Elmer Geronimo Pratt Gun Club”, “organização que defende que os negros americanos exerçam os direitos da Segunda Emenda”, afirmou que, após o assassinato de George Floyd, que mobilizou milhares de pessoas pelo mundo todo, “estar armado ‘iguala o campo de jogo’. Ainda completou sua fala dizendo “os negros americanos precisam se defender” e “que não podem contar com o governo branco ou com a força policial para realmente protegê-los”.

“Se eles estão matando pessoas agora e nós temos armas, imagine o que aconteceria se não as tivéssemos”.

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