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O dilema político de Joe Biden na indenização às famílias de imigrantes separadas durante o governo Trump

Editores | 16/12/2021 23:52 | POLÍTICA E ECONOMIA
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Está na pauta de negociações do governo Biden o pagamento indenizatório às famílias imigrantes separadas na fronteira dos Estados Unidos com a “política de separação familiar” do governo Donald Trump. 

A política de separação que já havia sido iniciada em 2014, passando por algumas interrupções, foi um processo bastante difícil às famílias, cujos membros (entre crianças e adultos) sofreram traumas contínuos causados pela regra da “tolerância zero” aos imigrantes durante o governo de Trump. O pagamento pelo governo federal das indenizações seria uma forma de resolução dos processos judiciais movidos pelas famílias que passaram por esse processo. Joe Biden prometeu unir novamente essas famílias cumprindo a ordem de junho de 2018 do juiz federal de San Diego.

A ONG “American Civil Liberties Union” (ACLU) apontou que em 2017 já havia  “mais de 2.000 crianças sendo tiradas de seus pais quando o Departamento de Segurança Interna, discretamente, começou a tirar centenas de crianças de seus pais para impedir que os candidatos a asilo viessem para os Estados Unidos”. A ONG identificou ainda que cerca de 5000 crianças foram separadas de seus familiares durante a gestão de Trump. 

Segundo o “The New York Times” o valor aproximado das indenizações é de US$ 450 mil por pessoa, no entanto, “para o governo federal, colocar um número sobre o que deve às famílias — algumas das quais agora estão processando por perdas e danos — se mostrou complicado”, principalmente a partir do final do mês de outubro deste ano quando houve o recrudescimento do debate sobre o caráter das indenizações. 

Ainda segundo a publicação, “não está claro quantas pessoas poderiam ser elegíveis para tal pagamento se um acordo for alcançado. Menos de 1.000 das 5.500 famílias afetadas entraram com uma ação de delito civil, conforme os advogados dos migrantes”. Além disso, Biden precisa enfrentar os ataques vindos de políticos e analistas de direita que acusam o governo de beneficiar pessoas que violaram a lei federal de imigração. Muitos apontam que o valor em negociação é injustificado e que Biden estaria incentivando a imigração ilegal. 

Por outro lado, esse processo de indenização, que pode durar meses e até anos, é um ponto delicado aos democratas que, apesar do interesse em “fazer as pazes com as famílias separadas”, se preocupam com a imagem do partido, que pode ser acusado de ser negligente com as pessoas indocumentadas. 

“O senador Tom Cotton, do Arkansas, afirmou que os pagamentos ultrapassariam US$ 1 bilhão e comparou a ideia a pagar ‘danos a um ladrão que invadiu sua casa pelo 'trauma psicológico' que sofreu durante o crime’.

Ainda segundo o jornal, “a maioria das famílias reunificadas permanece nos Estados Unidos, onde estão em processo de remoção enquanto buscam asilo. No entanto, muitos dos pais foram deportados quando as separações ocorreram. Um pequeno número deles foi autorizado a retornar aos Estados Unidos este ano, e os defensores da imigração ainda estão tentando localizar mais de 200”.

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