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Trump chama os imigrantes indocumentados de “animais” e “não humanos”

Editores | 17/04/2024 19:28 | POLÍTICA E ECONOMIA
IMG Foto: Gage Skidmore from Peoria, AZ, United States of America

Em um discurso em Michigan no início do mês, Donald Trump adotou uma retórica extremamente polêmica ao referir-se aos imigrantes considerados ilegais no país como “animais” e “não humanos”. Nesse contexto, Trump, acompanhado por agentes da lei, discorreu sobre casos criminais envolvendo suspeitos que estão no país ilegalmente, alertando para uma suposta ameaça de violência e caos caso não seja eleito em novembro.


Segundo matéria da Reuters, ele continuou seu discurso em Green Bay, Wisconsin, usando um tom semelhante, descrevendo as eleições futuras como a “batalha final” da nação. Trump traz à tona casos específicos de vítimas supostamente assassinadas por imigrantes ilegais para reforçar sua posição, ignorando contestações de familiares das vítimas.


Os democratas dizem: ‘Por favor, não os chame de animais. Eles são humanos’. Eu disse: ‘Não, eles não são humanos, não são humanos, são animais”,’ disse Trump, presidente de 2017 a 2021, conforme a publicação citada.


Em seus discursos xenofóbicos, Trump constantemente afirma que os imigrantes que atravessam ilegalmente a fronteira com o México teriam escapado das prisões de seus países de origem, contribuindo para o aumento da criminalidade nos Estados Unidos.


Por outro lado, Joe Biden tem feito críticas à retórica de Trump, acusando-o de promover divisão, ódio e violência. Além disso, o ex-presidente é acusado de não apoiar a legislação cuja proposta fortaleceria a segurança na fronteira sul e reduziria a imigração ilegal.


Cerca de 38% dos republicanos citaram a imigração como a principal questão do país numa pesquisa Reuters/Ipsos divulgada no final de fevereiro, assim como cerca de um em cada cinco independentes. Trump afirma frequentemente, sem provas, que os migrantes causaram um aumento na criminalidade violenta nas cidades dos EUA. Na terça-feira, ele repetiu uma afirmação infundada de que as nações latino-americanas estão enviando intencionalmente os seus criminosos para os Estados Unidos”, segundo a Reuters.


Nos momentos que antecedem a disputa eleitoral em novembro, Michigan e Wisconsin são dois estados indecisos que podem determinar se Biden ou Trump ocuparão a Casa Branca no próximo ano, especialmente devido à estreita margem pela qual Biden venceu Trump nesses estados em 2020.


Destaca-se que, apesar de Biden e Trump já terem garantido suas nomeações presidenciais, ambos participarão das primárias presidenciais de seus partidos em Wisconsin. A equipe de Biden está atenta aos votos de protesto de democratas descontentes com seu apoio a Israel durante o conflito com o Hamas em Gaza. Nas primárias de Michigan, em fevereiro, mais de 100 mil democratas votaram “descomprometidos” como protesto contra a política de Biden em relação a Gaza. Uma opção semelhante estará disponível em Wisconsin, com o objetivo de atrair 20.682 eleitores para marcarem suas cédulas como “não instruídos”, o que representa a margem de vitória de Biden sobre Trump no estado em 2020, ainda segundo a matéria da Reuters.


Esses eventos demonstram a complexidade das dinâmicas políticas locais e a influência de questões externas nas eleições. 

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