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Candidatos do Texas alinhados a Trump descartam apoio financeiro de grupo latino conservador por divergências sobre tema da imigração

Editores | 06/02/2022 01:40 | POLÍTICA Y ECONOMÍA
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O braço político da “The LIBRE Initiative”, um grupo latino conservador, e sua organização parceira, a “Americans for Prosperity” (AFP), tiveram o apoio financeiro e político a candidatos republicanos “trumpistas”, do Texas, negados, devido aos seus posicionamentos sobre anistia aos imigrantes.

Ambas  organizações são fortemente financiadas pela rede Koch Industries, acusada pelo “Texas Scorecard”, um grupo de defesa conservador alinhado ao Tea Party, de liderar esforços consecutivos pela reforma da imigração e pela concessão do green card a todos os imigrantes ilegais. 

Os irmãos Koch, mega empresários conhecidos por aplicarem milhões de dólares em campanhas políticas de candidatos republicanos extremistas, hostis às políticas ambientais e aos direitos sindicais, “entraram em conflito com Trump no passado, mas, apesar disso, estão investindo dinheiro na oposição ao presidente Joe Biden e à agenda do Partido Democrata”, segundo publicação da NBC News. A publicação revela ainda que, em 2018, a LIBRE se aliou à rede Koch no envio de malas diretas que agradeciam alguns democratas pelo trabalho legislativo em nome dos Dreamers.

Apesar de a LIBRE e AFP confirmarem seu compromisso com o financiamento de até US$ 1 milhão nas primárias para as eleições de março, três candidatos republicanos ao senado rejeitaram o endosso. Pete Flores, que concorre no Distrito 24 do Senado do Texas, Mayes Middleton, candidato do Distrito 11 do Senado, e o deputado Tan Parker, no Distrito 12 do Senado, rejeitaram esse apoio oferecido, porque aquelas organizações estariam em desacordo à política de imigração de Donald Trump, que é contra qualquer anistia aos imigrantes ilegais. Além desses três candidatos, outros quatro que receberiam o apoio ainda não se posicionaram até o fechamento desta notícia. 

Em contrapartida, a insitutuição defendeu sua posição deixando claro que apoia a segurança na fronteira de imigração e que entende, porém, que alguns imigrantes possam pleitear o status legal, ou seja, os dreamers “que passam por uma verificação de antecedentes, se registram no governo e estão empregados e/ou na escola”, segundo a mesma publicação. 

De acordo ainda com NBC News, “a LIBRE trabalha há mais de uma década em bairros e comunidades latinas, indo de porta em porta para impulsionar suas posições. Ela participa de encontros latinos e feiras de saúde, realiza oficinas sobre o preenchimento de pedidos de cidadania — como alguns democratas fizeram […]”, enquanto coleta informações de contato sobre potenciais eleitores republicanos latinos.

Segundo a reportagem, o Migration Policy Institute avaliou que atualmente vive no país cerca de 3 milhões de imigrantes que chegaram antes dos 18 anos e cerca de 1,7 milhão daqueles 3 milhões, seriam elegíveis para o Green Card via o Dream Act de 2021.

A plataforma do Partido Republicano do Texas, no entanto, é muito clara: “qualquer forma de anistia em relação à política de imigração não deve ser concedida, incluindo a concessão de status legal a pessoas que estão ilegalmente no país”.

Com a proximidade das primárias que antecipam as eleições de meio de mandato, é comum que os posicionamentos políticos sejam orientados por táticas de obtenção de votos. Com o aumento do número de latinos que apoiaram Trump nas últimas eleições, os republicanos se empenham em várias partes do país para conquistar mais adeptos, principalmente no Vale do Rio Grande, no Texas, um reduto tradicionalmente democrata.

Os distritos onde os três candidatos que negaram o apoio da LIBRE concorrem, são constituídos por populações majoritariamente brancas e, ao descartarem o endosso, podem evitar o rótulo de candidatos pró-anistia e ainda agradar os eleitores de Trump nas primárias.

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