A postura do novo governo de Donald Trump frente à imigração tem resultado em constrangimentos nas relações com governos latino-americanos, destacando sua recusa em dialogar com líderes da região sobre seus planos de realizar deportações em massa. Essa decisão gerou apreensão entre líderes de países como México, Guatemala e Honduras, que buscam alternativas para lidar com possíveis impactos sociais e econômicos.
As autoridades latino-americanas solicitaram reuniões com a equipe de transição de Trump, mas foram informadas de que discussões detalhadas só ocorreriam após a posse, segundo matéria do Latin Times. Enquanto isso, Trump se prepara para emitir mais de 100 ordens executivas, entre elas a reativação do Título 42, medida que permite expulsões rápidas de migrantes por razões de saúde pública, além de políticas como o programa "Permaneça no México". Sua administração pretende usar todos os recursos federais disponíveis para implementar uma agenda agressiva de segurança fronteiriça e deportações.
Os governos regionais enfrentam desafios para responder a essas ações. O presidente da Guatemala, Bernardo Arévalo, rejeitou a ideia de assinar um acordo de "terceiro país seguro", enquanto a presidente de Honduras, Xiomara Castro, sugeriu medidas drásticas, como o fechamento de uma base militar dos EUA em seu território, caso as deportações em massa avancem. No México, a presidente Claudia Sheinbaum expressou oposição às políticas de Trump, mas indicou disposição em aceitar deportados sob condições específicas.
Em meio à falta de diálogo com a equipe de transição de Trump, líderes latino-americanos realizaram encontros para buscar uma resposta coordenada à crise iminente. Propostas incluem reuniões ministeriais para discutir as implicações das políticas migratórias dos EUA. Enquanto isso, analistas indicam que a relutância da equipe de Trump em negociar pode estar relacionada ao Logan Act, que impede que administrações futuras se envolvam diretamente com governos estrangeiros antes de assumirem o poder, segundo a publicação.
O cenário reflete tensões nas relações entre os
EUA e os países da América Latina, especialmente com a ameaça de tarifas e
pressões para que aceitem acordos de asilo. A situação sublinha a dificuldade
de construir um consenso regional e a complexidade de lidar com os desafios
impostos pelas políticas migratórias norte-americanas.