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Manny Pérez: “Hollywood mudou, mas os latinos não estão unidos”

Editores | 26/02/2022 18:08 | CULTURA Y SOCIEDAD
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Manny Perez, o nome artístico de Manuel Pérez Batista, é um ator dominicano-americano que despontou na série de televisão Third Watch e no filme Washington Heights. Pérez nasceu em Baitoa, Santiago, República Dominicana e atualmente vive em Manhattan, Nova York. Abaixo, selecionamos uma pequena entrevista feita por California18 onde ele lamenta a estereotipagem dos latinos no cinema, entre outros temas.

“O ator e diretor Manny Pérez garante que, após décadas de experiência em Hollywood, sente que as expectativas para os latinos no mundo do cinema estão mudando ‘muito lentamente’ porque a comunidade não está unida nos Estados Unidos.

O cineasta dominicano, que se destacou internacionalmente por dirigir e estrelar “La Soga” em 2009, acaba de lançar sua aguardada sequência, “La Soga Salvation”, filme que mais uma vez mostra a corrupção e a violência que muitos dominicanos enfrentam em seu país e nos EUA.

“O que está acontecendo em Hollywood para os latinos é uma mudança muito lenta porque eles continuam nos oferecendo papéis muito estereotipados, embora eu sempre lhes dê um coração para que o personagem não seja tão clichê”, explica em entrevista à Efe.

Assim, Pérez afirma que nos anos “1940, 50 e 60” foram os italianos que assumiram os papéis “clichê” dos filmes e agora está sendo a vez dos latinos, embora a situação “esteja melhorando”.

“Penso que a mudança é lenta porque nós, como latinos, não somos unidos”, reflete. Somos latinos no sentido de que todos viemos para os Estados Unidos, mas ainda temos aquele ar orgulhoso de sermos dominicanos, porto-riquenhos, mexicanos ou colombianos. E não nos apoiamos em histórias latinas.”

O dominicano deu como exemplo sobre quando “El Cantante” foi lançado em 2006, um filme que analisa a biografia de Hector Lavoe, o filme não foi visto pelos mexicanos, enquanto “Minha Família”, rodado em 1995 nos bairros mexicanos de Los Angeles, não teve o apoio do público caribenho.

“E no final das contas, para o gringo, somos todos mexicanos, então temos que nos apoiar”, brinca o também diretor do aclamado “Washington Heights” (2002).

Agora, o realizador espera que o público volte a apoiar os filmes sobre a comunidade dominicana com “La Soga Salvation”, que serve de sequência de “La Soga”, filme dominicano que em 2009 ultrapassou fronteiras, tornou-se um fenômeno nos Estados Unidos e chegou ao Festival de Cinema de Toronto.

Em “La Soga Salvation” (também abreviado como “La Soga 2), Pérez recupera o personagem Luisito, um assassino aposentado de Rhode Island (EUA) que ficará longe da violência, até que um inspetor quer contratá-lo para se vingar de um traficante de drogas. Diante da recusa do personagem principal, o inspetor sequestra sua namorada para ela aceitar o trabalho.

“É a história de um homem que quer encontrar uma vida normal e não consegue por seu passado ser um conflito em sua vida”, explicou Pérez.

Com o primeiro filme, o cineasta ganhou vários prêmios por apresentar em um filme de ação uma denúncia de corrupção e injustiça na República Dominicana.”

“No segundo, eu queria tocar na vida pessoal do protagonista, mas, ao mesmo tempo, o roteiro conta o que está acontecendo em Santo Domingo, até o vilão do filme é um senador da República Dominicana”, arrematou.

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