A pesquisa recente realizada pelo “The Wall Street Journal” demonstra que os eleitores não brancos são os mais propensos em considerar a inflação (a mais alta em quatro décadas) como principal fator na geração de dificuldades financeiras em suas vidas. Esse tema apareceu como uma oportunidade para que republicanos consigam a maior aproximação e apoio da população latina e não branca nas eleições deste ano.

Segundo o jornal, a oito meses antes da eleição de meio de mandato, 35% dos eleitores negros, hispânicos e asiático-americanos expressaram ser grande a tensão causada pelas dificuldades econômicas pela alta inflacionária que assola o país, em comparação aos 28% dos eleitores brancos respondentes. Mulheres negras e homens hispânicos, ambos com 44%, tiveram as maiores proporções em relatar a grande tensão em relação ao aumento do custo de vida. Alguns participantes da pesquisa disseram que culpam o presidente Biden pela inflação devido às medidas que limitaram a perfuração de petróleo, gás e oleodutos no país. 

As pessoas com renda mais baixa demonstraram maior propensão a responder com grande preocupação os desafios financeiros decorrentes da inflação. Quase 50% das pessoas com renda inferior a US$ 60.000 anual, relatou grande tensão financeira, enquanto apenas 13% daqueles que recebem US$ 150.000 ou mais, relatou o mesmo.

“O aumento dos preços da energia, dos alimentos e serviços empurrou a inflação para 7,9% no mês passado em comparação a um ano atrás. O Índice de Preços ao Consumidor, que mede o custo de bens e serviços, não é tão alto desde que atingiu 8,4% em janeiro de 1982”, segundo a publicação. 

A pesquisa demonstrou que 47% dos entrevistados, no geral, disseram acreditar que os republicanos podem controlar melhor a inflação, em comparação com 30% que listaram os democratas. 

“Quase 9 em cada 10 eleitores republicanos julgam que a economia está indo na direção errada, em comparação ao 36% dos eleitores democratas. Entre os eleitores independentes – um grupo chave na maioria das eleições acirradas – 71% disseram que a economia está indo na direção errada. Os eleitores latinos são ainda mais propensos a se sentirem assim, pois, 78% expressaram uma opinião negativa [e] disseram que, provavelmente ou definitivamente, apoiariam um candidato republicano ao Congresso em detrimento de um democrata (46% a 37%), uma mudança da pesquisa do The Wall Street Journal em novembro, quando os dois partidos estavam empatados no grupo”.

Os números da inflação, segundo o jornal, ajudam a explicar por que quase dois terços dos eleitores consideram que a economia não está sendo bem planejada, mesmo no contexto de alta dos empregos e do aumento dos salários. Nesse contexto, mais de um quarto de todos os eleitores (28%) respondeu que sua renda familiar diminuiu durante o ano passado, 26% disseram que sua renda aumentou, e para 39%, o custo de vida aumentou mais do que sua renda.

A inflação e a economia foram os temas mais frequentemente escolhidos por eleitores não brancos (60%) como as questões mais importantes, em comparação aos eleitores brancos (47%). A inflação também foi uma questão mais importante para os republicanos e eleitores independentes, enquanto os eleitores democratas estavam quase divididos entre inflação (43%) e a guerra entre Rússia e Ucrânia (40%).

O aumento dos preços gerado pela inflação está comprometendo a aprovação de Biden com os eleitores. Segundo a pesquisa, 59% desaprovam a maneira como ele está lidando com a economia e 63% desaprovam a forma que ele lida com a inflação.

“A pesquisa do The Wall Street Journal foi conduzida pelas empresas Impact Research e Fabrizio, Lee & Associates, que entrevistaram 1.500 entrevistados, selecionados de uma lista de eleitores registrados e conhecidos, entre 2 a 7 de março, segundo a publicação do jornal.