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Idosos negros e latinos recebem vacina menos eficaz contra influenza nos EUA

Editores | 17/04/2022 11:49 | CULTURA Y SOCIEDAD
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A vacina contra a gripe (influenza) de dose concentrada e mais cara, é a opção de muitos idosos acima dos 65 anos nos Estados Unidos. No entanto, essa escolha não é universal. Doses da chamada vacina “padrão” são as mais ministradas entre pessoas pobres de minorias étnicas, como os latinos e afro-americanos.

Na Whitman-Walker Health, altas doses de vacina contra influenza são ministradas a todos os pacientes HIV positivos e idosos. Embora a vacina seja cerca de três vezes mais cara que a vacina padrão contra a gripe, parece desempenhar um efeito de proteção maior entre pessoas com sistema imunológico enfraquecido – um foco importante das clínicas do grupo sem fins lucrativos, em Washington, segundo o “The Washington Post”.

Enquanto isso, no Hospital da Universidade do Novo México, em Albuquerque, destaca-se uma clínica drive-thru que fornece 10.000 vacinas contra a gripe por ano para uma comunidade composta na maioria por residentes negros e hispânicos. Está aberto a todos os interessados e todos recebem a vacina padrão.

“Essas diferentes abordagens para prevenir a gripe, uma séria ameaça para jovens e idosos [...] refletem como as autoridades federais de saúde não tomaram uma posição clara sobre se a vacina contra a gripe em altas doses – em mercado desde 2010 — é a melhor escolha para os idosos. Outro fator é o custo. Embora o Medicare reembolse ambas as vacinas, a vacina de alta dose é três vezes mais cara, e o transporte de ambas as vacinas para diferentes populações requer pessoal e logística adicionais”, conforme relata a publicação.

As clínicas que ministram as doses da vacina padrão procuram vacinar o maior número possível de pessoas, até que o “Comitê Consultivo sobre Práticas de Imunização” dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, sigla no inglês) decida se irá recomendar amplamente as vacinas aprimoradas.

A reportagem do “The Washington Post” aponta também que, “em um determinado ano, a maioria das vacinas contra a gripe não são muito eficazes. As empresas farmacêuticas que disputam participação de mercado geralmente não são motivadas a compará-las, pois podem perder. E as autoridades federais geralmente não financiam esses estudos. Assim, sem a opção de comparação, resta à população confiar nas pesquisas oferecidas pelas empresas. Enquanto isso, os pacientes mais idosos de grupos minoritários, especialmente os idosos negros, estão sendo prejudicados. Os negros têm menor propensão, em cerca de 20% do que os brancos, a tomar vacinas contra a gripe, embora tenham maior risco de gripe grave. Mesmo aqueles que recebem a vacina estão menos propensos, em cerca de 30%, a receber a versão de alta dose”.

Um grupo de trabalho do CDC vem investigando o assunto desde antes da pandemia. Em 23 de fevereiro, os membros da comissão analisaram evidências de que a vacina da gripe de alta dosagem e duas outras versões de vacinas “aperfeiçoadas” (um contendo uma substância de aumento imunológico, e a outra uma proteína recombinante) tiveram melhor desempenho do que a vacina “padrão”, ou de baixa dosagem.

A comissão poderá votar em sua próxima reunião, provavelmente em junho, sobre o assunto. Estima-se que a mudança das vacinas ministradas para todos os idosos poderia reduzir as hospitalizações relacionadas à gripe na casa de milhares por ano, segundo estudo do laboratório “Sanofi”. 

Em uma pesquisa mais recente, ainda não publicada, que incluiu dados até 2018, Salaheddin Mahmud, diretor do “Centro de Avaliação de Vacinas e Medicamentos” da Universidade de Manitoba e primeiro autor do relatório, que foi financiado pela Sanofi, “descobriu que os sulistas eram menos propensos a receber a vacina de alta dose do que outros americanos, e a vacina de alta dose parecia estar menos disponível em comunidades onde mais de 20% da população eram considerados minorias étnicas”.
Ressalta-se que, por décadas, as pessoas que recebem a vacina padrão de forma bastante desproporcional, são latinos e afro-americanos, segundo estudo do “The Lancet” da temporada de gripe dos anos 2015-2016.

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