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Políticas de reaproximação do governo Biden a Cuba e Venezuela podem prejudicar os democratas nas eleições de novembro

Editores | 31/05/2022 11:28 | POLÍTICA E ECONOMIA
IMG AP Photo/Fernando Medina

O governo Biden decidiu afrouxar algumas políticas restritivas neste mês em relação a Cuba e Venezuela em uma tentativa de ampliar as relações com os países até então isolados, uma medida que atraiu a reação bipartidária e que, segundo analistas políticos, pode colocar em risco ainda mais as chances dos democratas de conquistar alguns eleitores hispânicos nas próximas eleições legislativas. 

Com atitude de Joe Biden de se reaproximar desses governos de esquerda, os republicanos retomarão os ataques contra os democratas por negociar com governos ditos “comunistas e ditatoriais”, potencialmente alienando ainda mais os eleitores provenientes ou que têm família nesses países. Os republicanos passaram grande parte da última campanha presidencial tentando rotular Biden e outros democratas como “radicais que queriam impulsionar políticas socialistas nos EUA”.

Com grande parte do mundo focado na guerra em curso na Ucrânia, a Casa Branca também anunciou reversões de algumas políticas do governo Trump em relação à Venezuela e Cuba. “Ambas as nações foram atingidas por mais sanções econômicas pelo governo anterior que as via como prova das consequências do socialismo, já que cubanos e venezuelanos enfrentavam escassez de alimentos e colapso de suas economias”, segundo publicação do The Hill.

Dentre algumas mudanças anunciadas na segunda-feira (16), estarão a permissão aos voos limitados para outras cidades cubanas além de Havana, o reestabelecimento do programa de reunificação familiar que estava inativo, e o apoio às medidas de impulsionamento do setor privado cubano, apoiando mais acesso aos serviços de internet dos EUA, de acordo com a mesma publicação.

Na terça-feira (17), o governo deu continuidade aos planos de suspender algumas sanções à Venezuela na tentativa de promover conversas entre o regime de Nicolás Maduro e os líderes da oposição. O governo disse que permitiria discussões entre o governo de Maduro e a Chevron, uma empresa petrolífera americana que opera na Venezuela.

“É improvável que as aberturas limitadas para Cuba e Venezuela tenham um grande impacto nas relações bilaterais com os dois países, mas podem facilitar o caminho para que outros líderes latino-americanos participem da Cúpula das Américas organizada pelo governo Biden em junho, em Los Angeles. Vários líderes haviam dito anteriormente que não compareceriam, incluindo os presidentes do México e de Honduras caso os governos de Cuba Venezuela e Nicarágua não fossem convidados para a reunião. Qualquer acordo com Cuba necessariamente incluirá um aspecto migratório, ajudando a reduzir o número de cidadãos cubanos presentes na fronteira sudoeste, abordando uma responsabilidade política mais premente para o governo Biden”, observa o The Hill.

Os anúncios de flexibilização das políticas do governo Biden abriram o flanco para os ataques da oposição, como aqueles proferidos na “Convenção Republicana” de 2020, que contou com palestrantes de Cuba que falaram das condições brutais e alertaram para os perigos do socialismo. Os ataques se mostraram eficazes de certo modo, pois Biden e os democratas viram Trump obter ganhos significativos entre a população latina população latina justamente ao massificar este discurso.

Segundo o The Hill, “fora do sul da Flórida, as mensagens republicanas sobre as tendências democratas percebidas em relação ao socialismo demonstraram ter um apelo limitado entre os eleitores de fora da base do Partido Republicano. E o governo Biden está adotando uma visão holística das relações exteriores, com aliados latino-americanos clamando por abertura em relação a Cuba, Venezuela e Nicarágua em meio a lutas maiores no cenário internacional”.

Autoridades do governo estadunidense sinalizaram as mudanças nas políticas para Cuba e Venezuela podem beneficiar a população de cada nação envolvida. Sinalizaram ainda que as sanções poderiam ser rapidamente revertidas se qualquer dos regimes parecesse estar agindo de boa-fé.

Um alto funcionário do governo, segundo o The Hill, argumentou que cubano-americanos e americanos que viajam para Cuba podem ajudar difundir os valores democráticos na nação insular e declarou ainda que, “estes são passos que se destinam a ajudar a aliviar o sofrimento humanitário que leva à migração de Cuba, e a promover nosso interesse em apoiar o povo cubano”.

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