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Cidadãos recém-naturalizados podem influenciar eleições de meio de mandato nos EUA, segundo relatório

Editores | 31/07/2022 12:24 | POLÍTICA E ECONOMIA
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A campanha New American Voters 2022 foi lançada neste mês pela National Partnership for New Americans (NPNA) e a Service Employees International Union (SEIU), que realizaram uma coletiva de imprensa conjunta em Houston, Texas. No mesmo evento foi anunciado um novo relatório que demostra como o poder de voto coletivo dos recém cidadãos naturalizados no país pode impactar as eleições de meio de mandato. 

Em comunicado reproduzido pelo Latino Rebels, a presidente do SEIU Texas, Elsa Caballero, declarou que, “assim como os trabalhadores votaram em números recordes em 2020 para gerar mudanças, os Novos Eleitores Americanos liderarão a massa que em novembro irá rejeitar a política cínica de Trump e outros, para construir um governo que funcione para todos nós e que garanta o sonho americano”.

Com o slogan “Naturalize agora. Vote amanhã!”, o site da campanha New American Voter 2022 ressalta que “atualmente, existem 9 milhões de residentes permanentes legais elegíveis para se naturalizar e se tornar cidadãos dos EUA. Nossa meta de campanha para naturalizar #2MillionBy2022 é uma parceria entre as principais organizações de defesa e serviços de imigrantes e refugiados do país, cidades e condados e organizações e sindicatos nacionais de advocacia”.

A campanha se baseia no relatório que destaca como a população de recém-naturalizados está em rápido crescimento de cerca de 5,2 milhões de pessoas e que se caracteriza por ser multirracial, multigeracional e principalmente de mulheres. O relatório se concentra nos 4,4 milhões que se naturalizaram em resposta à retórica anti-imigrante que está no centro da plataforma do Partido Republicano.

As descobertas são baseadas nos dados de naturalização dos Serviços de Cidadania e Imigração dos EUA de 2016 a 2020, incluindo pedidos de naturalização aprovados pela agência em 2021.

Nicole Melaku, nova diretora executiva da NPNA, disse, segundo o Latino Rebels, que “no momento em que a retórica e as políticas anti-imigrantes estão se espalhando como fogo em nosso país, os novos eleitores americanos podem levantar suas vozes e determinar o resultado das próximas eleições de meio de mandato em estados politicamente importantes, o que pode influenciar quem controlará o Congresso dos EUA em 2023”.

Segundo dados apresentados pelo relatório, quase 90% dos cidadãos recém-naturalizados de 2016 a 2020 são originários das Américas, Ásia e África. Mais de 43% dos cidadãos recém-naturalizados são da América Latina, mais de 37% são da Ásia e de países insulares do Pacífico, e os de países africanos e europeus representam pouco menos de 10%. As mulheres representam uma pequena maioria, com 55,5%.

Os cidadãos recém-naturalizados também são multigeracionais, com cerca de um terço (31,7%) entre as idades de 18 a 34 anos, mais de um terço (36,9%) entre 35 a 49 anos, e quase um terço (31,4%) 50 anos ou mais.

“Os cidadãos recém-naturalizados constituem um formidável bloco eleitoral. Os esforços de mobilização de eleitores direcionados especificamente a esses eleitores são, portanto, necessários para que seus votos sejam emitidos”, dizia um comunicado de imprensa. “Reconhecendo seu poder eleitoral, a NPNA e a SEIU, juntamente com suas organizações membros e parceiros nacionais, estão mobilizando seus cidadãos recém-naturalizados para aumentar os esforços de registro de eleitores e as taxas de participação”, segundo publicação do Latino Rebels.

O relatório também destaca os 10 principais estados com o maior número de cidadãos recém-naturalizados. A Califórnia lidera com 733.756, seguida pela Flórida (429.017), Nova York (402.904), Texas (343.799), Nova Jersey (177.890), Illinois (127.720), Massachusetts (120.403), Virgínia (101.190), Geórgia (96.469), e Maryland (89.165).

Conforme conclui o relatório, “Se votarem, os cidadãos recém-naturalizados podem influenciar os resultados das próximas eleições em estados politicamente importantes como Geórgia, Arizona, Nevada, Pensilvânia e Flórida, entre outros. O número de cidadãos recém-naturalizados de 2016 a 2020 é maior do que as margens de vitória para as eleições presidenciais de 2020 no Arizona, Flórida, Geórgia, Nevada, Pensilvânia e Wisconsin.

“A campanha New American Voters 2022 pretende usar várias abordagens, incluindo plataformas digitais, de mídia social e parcerias com prefeitos e condados para alcançar cidadãos recém-naturalizados. A coletiva de imprensa focou na unidade entre as comunidades negra e latina e abordou questões como imigração e reforma da justiça criminal”, observa a publicação.

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