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Super-heróis latinos se destacam por combater problemas reais enfrentados pela comunidade latina

Editores | 16/10/2022 12:42 | CULTURA E SOCIEDADE
IMG La Borinqueña - Edgardo Miranda- Rodriguez, Elliot Fernandez & Juan Fernandez - la-borinquena.com

Alguns criadores de quadrinhos e novelas gráficas estão usando personagens latinas para desafiar questões da vida real. O nova-iorquino Edgardo Miranda-Rodriguez, por exemplo, criou a personagem “La Borinqueña”, uma super-herói porto-riquenha que luta por questões que afetam a ilha caribenha, incluindo mudanças climáticas, deslocamento econômico, energia renovável e Black Lives Matter.


“Em 2015, enquanto escrevia histórias para a Marvel, Miranda descobriu que Porto Rico havia acumulado uma dívida de US$ 80 bilhões. Ele decidiu escrever seu primeiro romance gráfico (que é publicado de forma independente) para aumentar a conscientização e arrecadar dinheiro para organizações sem fins lucrativos de base em Porto Rico, segundo matéria da NPR.


“La Borinqueña é uma afro-Boricua, uma super-herói negra de ascendência porto-riquenha que também é ativista”, diz Miranda.


Em sua primeira aventura, La Borinqueña não lutou contra um supervilão; ela lidou com um enorme furacão que deixou a ilha em completo apagão. O livro foi publicado meses antes do furacão Maria devastar Porto Rico, em 2017, matando mais de 3.000 pessoas e destruindo milhares de casas.


Conforme observa a NPR, “A última edição de La Borinqueña comemora o quinto aniversário do furacão Maria e chega em um momento em que os porto-riquenhos estão lidando com as consequências do furacão Fiona, sem eletricidade ou água encanada. Ele fala sobre a importância da reconstrução resiliente ao clima para reduzir os impactos futuros de desastres naturais. Miranda fez parceria com o Natural Resources Defense Council para publicar a edição especial com a celebridade ativista Rosario Dawson”.


Em comunicado, Edgardo Miranda-Rodriguez escreveu: “Foi importante para refletirmos sobre o poder e a resiliência dos porto-riquenhos enquanto eles continuam a se reconstruir de forma sustentável após os desastres causados pelo furacão Maria. Ao mesmo tempo, devemos responsabilizar os líderes locais e continentais dos EUA pelos atrasos prejudiciais na distribuição de recursos e serviços prometidos à ilha. Porto Rico, a própria ilha e especialmente as pessoas que a chamam de lar, merecem mais”.


La Borinqueña agora faz parte da coleção do Smithsonian e foi destaque no Puerto Rican Day Parade, em Nova York, e em exposições de arte em todo o mundo. As atrizes Rosario Dawson e Zoe Saldana deram voz a La Borinqueña em chamada aos latinos pedindo que se registrem para votar.


Outra artista que se destaca neste tipo de empreendimento é Kayden Phoenix, uma chicana de terceira geração que cresceu no bairro de Boyle Heights, em Los Angeles. Sua equipe de super-heróis de quadrinhos, chamada “A La Brava”, empreendem ações de justiça social que combatem o feminicídio, o suicídio de adolescentes, o controle de armas nas escolas, o tráfico de crianças e a violência doméstica.


Phoenix diz que quer ir além das histórias usuais de super-heróis. Segundo ela, “Quantas vezes você pode salvar Metropolis ou Gotham ou Central Park ou o mundo? Se a equipe quer salvar o mundo ou o planeta, você pensa nos Vingadores ou nos Guardiões da Galáxia. Mas quem vai salvar uma garota de verdade?”, segundo a mesma publicação do NPR.


Ainda de acordo com a publicação, sua equipe “A La Brava” inclui:

“Jalisco”, uma dançarina folclórica mexicana com lâminas nas bordas de seus vestidos. Ela assume o posto de luta contra o feminicídio no México.


“Santa”, da fronteira Texas-México, tem força divina. Ela enfrenta um político corrupto chamado “Ice”. “Ele é um símbolo do ICE [centro de Imigração e Alfândega dos EUA] e de todos os centros de detenção e tudo o que vem com isso”.


“Loquita”, uma Boricua-Cubana de Miami, que equilibra a vida escolar com a atividade de detetive sobrenatural.


“Ruca”, uma chicana do leste de LA tem “karma instantâneo, então o que quer que você faça com ela, ela pode jogar de volta em você”.


“Bandida”, uma pistoleira dominicana em Nova York. “Balas ricocheteiam nela. Ela se infiltra em um grupo de teatro da Broadway e acaba por derrubá-lo por abusar das mulheres”, disse a autora ao NPR.


À medida que mais super-heróis latinos são apresentados em filmes e na TV, esses dois criadores de comix esperam que seus personagens cheguem à tela algum dia também. E eles estarão armados com poderes sobrenaturais para enfrentar os problemas do mundo real.

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