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Como um restaurante mexicano familiar se tornou uma rede popular nos EUA

Editores | 10/12/2022 23:57 | CULTURA E SOCIEDADE
IMG Fotos: RightCowLeftCoast

A disseminação dos restaurantes “Roberto’s Taco Shop” e suas muitas variações “Berto’s” no sudoeste dos Estados Unidos e no exterior, começaram com um exclusivo modelo de negócios de uma família de imigrantes mexicanos.


O conceito se origina do Roberto’s Taco Shop, um restaurante fast-food de propriedade familiar que inicialmente abriu suas portas em San Diego no final dos anos 1960. Os fundadores foram Roberto, homônimo da loja, e Dolores Robledo, que imigraram da pequena cidade de San Juan del Salado, em San Luis Potosí, no México.


“Uma das primeiras cadeias de fast-food mexicanas do país, a Roberto's Taco Shop, de gerência familiar, apresentou um projeto inovador que estimularia imitadores no Sudoeste e até no exterior. Mais de 70 variações foram relatadas nos estados do sudoeste e a maioria pertence a pessoas originárias da mesma região do México de origem dos Robledos. Roberto incentivava os membros da família a trabalhar com ele e acabou defendendo que eles abrissem suas próprias lojas assim que se familiarizassem com o sistema que ele ajudou a estabelecer”, de acordo com a publicação da NBC News.


Roberto foi aos Estados Unidos pela primeira vez em meados da década de 1940 sob o programa “Bracero”, que permitiu que milhões de mexicanos trabalhassem legalmente no país por meio de contratos de trabalho de curto prazo. Mais tarde, ele teria vários empregos, inclusive como garçom, trabalhando na construção e lavando carros nos fins de semana. Depois com a chegada da esposa Dolores e filhos, ela embalava sardinhas em uma fábrica de conservas e lavava toalhas da indústria hoteleira para uma empresa de linho.


“Em 1964, a família comprou duas casas adjacentes em San Ysidro, perto da fronteira dos Estados Unidos com o México. Uma casa era onde eles moravam, a outra foi transformada em fábrica de tortilhas para fazer tortilhas de milho e farinha para entregar em outros restaurantes. Eles também vendiam burritos de feijão e queijo, burritos de chile verde e burritos de chile colorado na época”, ainda segundo a NBC


Somente na quinta loja que compraram, uma lanchonete, eles a renomearam como “Roberto's # 5” com o nome de Roberto.


“Foi o primeiro Roberto’s e daí em diante, todos os restaurantes que abrimos foram ‘Roberto’s Taco Shop’, disse Reynaldo, que cresceu trabalhando como cozinheiro no negócio da família.


“O negócio tornou-se um rito de passagem para Reynaldo e seus irmãos; ao mesmo tempo, seu pai incentivava os trabalhadores de sua fazenda a abrirem suas próprias lojas. Reynaldo franqueou a Roberto’s Taco Shop em Nevada e diz que existem 60 lojas na região. Além disso, também existem 20 lojas na Califórnia e uma no Texas, todas pertencentes à família original”.


A Roberto’s Taco Shop também foi reconhecida por apresentar o burrito californiano, um item que inclui batata frita, carne assada, guacamole, pico de gallo e queijo. O cobiçado item tornou-se amplamente um item básico do menu em restaurantes mexicanos da região. Mas ainda permanece o mistério sobre quem introduziu o item.


“O famoso restaurador, autor e premiado apresentador Guy Fieri apresentou em Las Vegas o Roberto’s Taco Shop e considerou o burrito de carne asada ‘o verdadeiro negócio’ no programa Food Network ‘All-Star Best Thing I Ever Ate’. Embora Fieri tenha comido muitos burritos de carne asada em sua vida, algo era diferente no de Roberto, pois ‘é simples, direto ao ponto’, disse ele no episódio que foi ao ar”, segundo a NBC.


Para Reynaldo, ter a loja em programas de TV e noticiários é uma grande conquista. Segundo seu relato, é apenas um lembrete de que “você ainda pode vir do México e fazer algo por si mesmo. Meu pai sempre dizia ‘é, só trabalhar duro’.”


“O idoso Robledo morreu em 1999 e Dolores em 2020. O San Diego Union-Tribune relatou que, embora o casal tenha se separado, eles continuaram amigos e se consultaram sobre as lojas. Eles estabeleceriam um fundo para o negócio de restaurantes e o passaria para os filhos sobreviventes”, observa a publicação.

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