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Currículo de estudos afro-americanos é alterado após críticas do governador da Flórida

Editores | 13/02/2023 12:08 | CULTURA E SOCIEDADE
IMG Foto: Gage Skidmore from Surprise, AZ, United States of America

O College Board divulgou na quarta-feira (1) o currículo de seu novo curso “Advanced Placement African American Studies” (Estudos Afro-Americanos de Colocação Avançada”, em tradução literal), o qual excluiu parte de um conteúdo contestado pelo governador da Flórida, Ron DeSantis.


Os debates sobre reparações históricas nos EUA/Américas estão listados como exemplo de tópico de projeto no currículo, mas não é um plano de aula obrigatório e nem faz parte do exame final. O currículo sobre escravidão, reconstrução e movimento pelos direitos civis permanece relativamente inalterado. Além disso, não exige ensino sobre tópicos como Black Lives Matter ou o caso de reparações, dois assuntos que foram contestados por DeSantis.


Cabe mencionar que no início deste mês o “Conselho Estadual de Educação da Flórida” e DeSantis tentaram bloquear o novo curso Advanced Placement (AP, ou “Colocação Avançada” em tradução literal), afirmando ao Conselho Universitário que o curso é “contrário à lei da Flórida e carece significativamente de valor educacional”. Segundo DeSantis, o curso viola uma lei da Flórida que proíbe a definição de pessoas como oprimidas ou privilegiadas com base na sua etnia.


A indignação com o currículo ressalta as batalhas em andamento contra a teoria racial crítica – um tópico que costuma ser confundido com ensinamentos sobre racismo sistêmico. Logo, a administração de DeSantis atraiu forte reação de líderes negros, legisladores da Flórida e governadores de outros estados. O advogado de direitos civis, Ben Crump, acusou o estado de violar as constituições federal e estadual e ameaçou processar se não chegasse a um acordo com o College Board para restabelecer o curso.


Na terça-feira (31), DeSantis revelou uma proposta para renovar o sistema de ensino superior do estado, com o objetivo de elevar a “liberdade intelectual” e combater a “doutrinação”. As reformas propostas proibiriam a teoria racial crítica e os programas de diversidade, equidade e inclusão e garantiriam que “as universidades e faculdades públicas da Flórida fossem fundamentadas na história e na filosofia da civilização ocidental”.


A partir deste mês, 1.530 distritos escolares em 49 estados viram os candidatos do conselho escolar assumirem uma posição sobre raça na educação ou teoria racial crítica. Além disso, pelo menos 14 estados promulgaram legislação para limitar o ensino de “conceitos divisivos” ou CRT em 2021 e 2022, de acordo com a Conferência Nacional de Legislaturas Estaduais.


O curso AP está sendo testado atualmente em 60 escolas de ensino médio em todo o país, com planos de expandi-lo para mais centenas de escolas no outono, informou o The Washington Post. O curso será formalmente lançado em todo o país em 2024, com os primeiros exames AP ocorrendo em 2025. “Este curso é um encontro inabalável com os fatos e evidências da história e cultura afro-americana”, disse David Coleman, CEO do College Board, em um comunicado na quarta-feira (2).


Fonte: https://www.axios.com/2023/02/01/college-board-ap-african-american-studies

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