Atualmente o governo dos Estados Unidos pondera em realizar uma série de mudanças propostas nas categorias de raça e etnia no censo e em outras pesquisas federais, em face às mudanças da composição populacional do país. Nesse sentido, muitos especialistas concordam que as modificações propostas serão benéficas.
Segundo matéria do The Hill, “As categorias raciais foram incluídas no censo desde 1790, quando o governo dos Estados Unidos emitiu o primeiro censo. Naquele ano, havia apenas três categorias raciais em que um americano poderia se enquadrar: ‘homens brancos livres ou mulheres brancas livres’, ‘escravos’ ou ‘todas as outras pessoas livres’.
Caso seja adotado qualquer uma das mudanças propostas, será a primeira vez que os padrões de raça e etnia serão atualizados em mais de 25 anos e algumas das modificações nos padrões raciais incluem a criação de uma categoria do Oriente Médio e Norte da África. De acordo com os padrões atuais estabelecidos pelo “Office of Management and Budget”, os americanos com raízes no Oriente Médio ou Norte da África são considerados brancos.
No entanto, “um estudo publicado no ano passado constatou que a maioria das pessoas de origem ou herança do Oriente Médio ou Norte da África (MENA) não se identifica como branca. O estudo descobriu que o desejo de ser classificado como MENA em vez de branco era ainda mais pronunciado entre os muçulmanos”, segundo o The Hill.
A pressão para uma categoria MENA, em parte, decorre de décadas de discriminação enfrentadas por aqueles na comunidade MENA, especialmente após o 11 de setembro, algo que a criação de uma nova categoria racial no censo pode ajudar a combater, disse Ellis Monk, um professor associado de sociologia na Universidade de Harvard.
“Uma categoria MENA no censo pode ajudar os pesquisadores de saúde a identificar melhor as disparidades de saúde em certas comunidades ou necessidades linguísticas não atendidas, entre muitas outras coisas. O governo Biden também está propondo uma revisão de como os dados sobre hispânicos são coletados no censo. Desde 1997, questões de raça e etnia hispânica foram feitas separadamente em pesquisas federais e no censo”, observa a matéria.
Em relação a etnia e raça hispânica, sob as alterações propostas, seriam combinadas em uma pergunta. De acordo com Mark Hugo Lopez, diretor de pesquisa de raça e etnia do Pew Research Center, esta forma poderia fornecer mais detalhes sobre as origens dos hispânicos nos Estados Unidos e poderia mudar o perfil racial e étnico dos latinos.
“Alguns grupos de direitos civis e de defesa asiático-americanos têm pedido subcategorias expandidas para diferentes etnias asiáticas. Existem cerca de 20 milhões de pessoas nos Estados Unidos que traçam suas raízes em mais de 20 países no leste da Ásia, sudeste da Ásia e no subcontinente indiano, de acordo com o Pew Research Center”.
Assim como as demais comunidades existentes nos EUA, os asiáticos-americanos também têm seu próprio conjunto de necessidades que poderiam ser mais bem compreendidas se o governo federal desagregasse ainda mais os dados dessa população de acordo com o país de origem.
“No Censo de 2020, os americanos asiáticos receberam seis categorias de etnia para escolher: chinês, filipino, indiano asiático, vietnamita, coreano ou japonês. E se alguém achasse que nenhuma dessas categorias capturava sua etnia, ele tinha a opção de marcar ‘outro asiático’ e imprimir o nome de sua etnia como paquistanês, cambojano ou hmong”, informa o The Hill.