Nos Estados Unidos, cerca de 20% da população é latina, ou seja, um quinto da população do país. Apesar do alto número, um estudo revelou que apenas 6% das notícias sobre equidade racial e racismo se referiam aos latinos. O relatório foi publicado pela Berkeley Media Studies Group e UnidosUS. A pesquisa tratou do pico de notícias sobre racismo e questões raciais entre maio e setembro de 2020, data dos protestos que iniciaram com a morte de George Floyd, e analisaram o mesmo período em 2021 e 2022.
Os autores fizeram análise de 195.536 artigos sobre questões raciais, dos quais 10.963 se referiam aos latinos, ou seja, 5,6%. Ainda observaram que ouve uma queda dramática nas notícias em 2021 e 2022. A diretora sênior da Iniciativa de Equidade Racial da UnidosUS, Viviana Lopez Green, afirmou que “muitas vezes, nossa comunidade está 'fora de vista, fora de mente'”.
Ademais, a situação varia conforme o estado analisado. A Califórnia, por exemplo, abriga quase um quarto de toda a população hispânica no país, representando 40% da população do estado, mas mesmo assim apenas 15,5% das notícias e artigos sobre equidade racial, racismos e questões de raça se referem aos latinos. No Texas, a situação é ainda pior: apenas 4,7% das notícias sobre equidade racial se refere aos latinos, mesmo que 40% da população do estado seja de origem latina.
Ao falar do problema, Pamela Mejia, chefe de pesquisa da Berkeley Media Studies Group, afirmou que “quando as notícias se concentram apenas em problemas sem também explorar soluções, as pessoas – incluindo os formuladores de políticas – têm mais dificuldade em imaginar os próximos passos”. Assim, o relatório fez uma recomendação para que os jornalistas ampliassem suas fontes, utilizassem perguntas sutis e diversificassem as lideranças das redações e dos espaços de trabalho.
Outro relatório de 2021, divulgado pelo U.S. Government Accountability Office, revelou que apenas 8% dos
editores de jornais, periódicos, entre outros, e 11% dos repórteres e
jornalistas eram latinos. Quanto a isso, Pamela Mejia, afirmou “quando as
redações não refletem as comunidades que representam, se espera que a cobertura
também seja incompleta”.