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Livro de Héctor Tobar, “Nossas Almas Migrantes”, explora mitos e verdades sobre o que significa ser latino

Editores | 28/05/2023 17:26 | CULTURA E SOCIEDADE
IMG Fonte: https://mitpressbookstore.mit.edu/book/9780374609900

O autor Héctor Tobar falou com a jornalista Deepa Fernandes em matéria para a WBUR, uma organização de notícias sem fins lucrativos, sobre seu novo livro, intitulado “Our Migrant Souls: A Meditation on Race and the Meanings and Myths of 'Latino” (“Nossas almas migrantes: uma meditação sobre a raça, significados e mitos do ‘latino'.”).


O livro explora o significado de ser chamado de latino, contando histórias que Tobar ouviu, bem como suas próprias experiências.


O autor começa discutindo como as narrativas de império e injustiça são comuns na infância nos Estados Unidos. As crianças consomem histórias de elites poderosas que vivem em torres de pedra e cidades muradas, enfrentando heróis pequenos e fracos que lutam contra o poder. Essas histórias ressoam porque refletem as memórias coletivas das pessoas, em um mundo marcado por migrações e violência.


Tobar destaca que o império da fantasia e do cinema também está presente em Los Angeles, a maior cidade “latina” dos Estados Unidos. A indústria cinematográfica e televisiva de LA lucra bilhões de dólares contando histórias de fantasia sobre impérios. O autor menciona a adaptação cinematográfica de “Duna” como um exemplo recente, onde um personagem fala sobre os horrores infligidos por um império, ressoando com experiências de diferentes povos ao longo do tempo.


No contexto da vida real das famílias latinas, o poder do império é evidente. Barreiras geográficas e naturais, como o Estreito da Flórida e o Deserto de Sonora, separaram as histórias familiares e criaram divisões. A Guarda Costeira dos EUA e cercas ao longo da fronteira entre o México e a Califórnia e o Arizona são exemplos físicos da vontade do império em impor sua autoridade.


O autor também discute como a ideia do povo latino ou hispânico como uma raça separada surgiu da história dos Estados Unidos e sua expansão pelo continente. Os EUA categorizaram os “latinos” como “pessoas de cor”, e suas histórias têm um alcance épico, abrangendo oceanos, desertos e bairros urbanos diversos. Exércitos, forças policiais e sistemas de encarceramento mantêm uma ordem desigual em que o trabalho dos latinos contribui para as riquezas do império. Além disso, muitos vivem com medo constante da detenção e deportação.


O autor enfatiza como a experiência de ser desenraizado de um modo de vida e transportado para outro marca a psique coletiva dos latinos nos Estados Unidos. A sensação de estar separado de sua essência nunca os abandona. O legado das viagens, exploração e resiliência de seus antepassados se torna tão sutil e indelével quanto a pigmentação da pele, o formato do nariz e a cor dos olhos.


O texto aborda a experiência dos latinos nos Estados Unidos, explorando temas como identidade, migração, império e deslocamento. O livro de Héctor Tobar busca trazer à tona essas questões e oferecer uma perspectiva única sobre o significado de ser chamado de latino.

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