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As guerras culturais estão tornando ainda mais difícil o trabalho dos poucos professores latinos existentes nos EUA

Editores | 04/06/2023 12:51 | CULTURA E SOCIEDADE

A NBC News na matéria publicada recentemente, aborda a avaliação feita por acadêmicos latinos sobre o impacto dos crescentes ataques e medidas contra as iniciativas de diversidade, considerando o baixo número de professores latinos titulares e as dificuldades enfrentadas na carreira acadêmica. Os professores estão preocupados com a politização crescente da educação, especialmente em estados como a Flórida, onde são limitadas as iniciativas de diversidade e são impostos controles sobre conteúdos relacionados a raça e etnia.


O texto relata um incidente em que uma atividade de um curso de política latina foi desfigurada com comentários ofensivos sobre imigrantes e vitimização, refletindo a racialização e estigmatização vivenciadas pelos latinos nos Estados Unidos. Os acadêmicos latinos consideram essa polarização como uma tentativa de silenciar as vozes das pessoas de cor e deslegitimar o estudo das experiências das comunidades marginalizadas.


Os baixos números de latinos no corpo docente universitário são destacados, apontando que, embora um número recorde de latinos esteja frequentando faculdades, a representação de latinos entre os professores é significativamente menor. A falta de diversidade no corpo docente é agravada pelos ataques políticos de conservadores e republicanos em vários estados, que denunciam conceitos como “wokeness” e teoria crítica da raça.


A legislação recentemente aprovada na Flórida e no Texas é mencionada como exemplo desses ataques, limitando o ensino sobre racismo estrutural, restringindo programas de diversidade e reduzindo proteções para professores. Nesse sentido, a dificuldade em alcançar uma carreira acadêmica é ressaltada, com a exigência de um Ph.D. ou Mestrado, que requerem anos de dedicação. Muitos jovens latinos enfrentam pressão familiar para começar a trabalhar o mais cedo possível, o que contribui para a falta de representação.


Patrick L. Valdez, presidente do conselho da Associação Americana de Hispânicos no Ensino Superior, destaca a necessidade de as instituições acadêmicas fazerem mais esforços para recrutar e reter acadêmicos latinos, ampliando o funil de entrada e promovendo a equidade na composição dos comitês de busca. Algumas universidades de pesquisa se comprometeram a aumentar o número de doutorandos e professores latinos, segundo a NBC.


Antonio Flores, presidente e CEO da Associação Hispânica de Faculdades e Universidades, de acordo com a mesma matéria, enfatiza a importância de fornecer apoio aos latinos desde os primeiros anos escolares, já que muitos são os primeiros de suas famílias a ingressar na faculdade e podem não ter orientação adequada.


Apesar das dificuldades enfrentadas, os acadêmicos latinos mantêm uma perspectiva otimista sobre o futuro e acreditam que, mesmo com números reduzidos, estão ganhando espaço e fazendo parte das discussões e decisões na academia, de forma geral.

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