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A decisão recente da Suprema Corte de vetar o fator raça nas admissões universitárias prejudica os latinos

Editores | 10/07/2023 11:54 | POLÍTICA E ECONOMIA
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Cresce o debate acerca da recente decisão da Suprema Corte dos Estados Unidos de derrubar o uso da raça como fator nas admissões na Universidade de Harvard e na Universidade da Carolina do Norte. Uma matéria do The Hill argumenta que essa decisão terá um impacto negativo nos latinos, o maior grupo racial/étnico minoritário do país, limitando sua capacidade de acessar faculdades seletivas e obter mobilidade econômica.


O texto contesta a afirmação de que raça/origem étnica seja o único fator considerado nas admissões, destacando que as faculdades também avaliam outros aspectos, como localização geográfica, atividades extracurriculares, gênero e conexões familiares com a instituição. Ademais, a decisão da Suprema Corte vai contra décadas de precedentes, pois há casos anteriores em que o tribunal permitiu o uso da raça nas admissões universitárias. A decisão parece assim estar vinculada a uma ação partidária proveniente de um tribunal com baixa estima pública e envolvido em escândalos éticos, segundo a publicação.


Enfatiza-se o impacto da decisão sobre os latinos, já que eles representam uma parcela significativa da população estudantil futura e que terão mais dificuldade em acessar instituições de ensino superior de prestígio. Uma análise do New York Times de 2017 indicou a diminuição da representatividade dos latinos nas melhores faculdades ao longo do tempo, mesmo com ações afirmativas.


Segundo a publicação do The Hill, a decisão vai contra a opinião pública, mencionando uma pesquisa de 2022 que indica que a maioria dos americanos e uma porcentagem ainda maior dos latinos apoiam a ação afirmativa. Grupos latinos de defesa são mencionados como apoiadores da ação afirmativa, reconhecendo-a como uma forma de combater a desigualdade sistêmica.


A ação afirmativa é, talvez, uma ferramenta imperfeita para ajudar a diminuir a diferença de escolaridade entre brancos e latinos. No entanto, é necessário. Considere que na Califórnia, depois que uma iniciativa eleitoral de 1996 baniu a ação afirmativa na educação, os latinos e outros estudantes de cor sofreram. Após a proibição, mais estudantes de cor se matricularam em instituições menos seletivas e tinham menos probabilidade de obter diplomas universitários, pós-graduação ou empregos nas áreas STEM. E nos autos do tribunal, Harvard argumentou que retirar a raça de seu processo de admissão reduziria as matrículas de estudantes latinos na escola de 14% para 9%”.


Nesse contexto, o ponto de vista dissidente da juíza Sonia Sotomayor argumenta que ignorar a raça não equalizará uma sociedade racialmente desigual, e defende a ação afirmativa como uma ferramenta imperfeita, mas necessária, para diminuir a diferença de escolaridade entre brancos e latinos. O texto critica a Suprema Corte por impedir o acesso dos latinos às vantagens educacionais que eles mesmos desfrutam, especialmente considerando que os juízes conservadores do tribunal têm diplomas da Ivy League.

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