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Campanhas de desinformação eleitoral poderão ser piores em 2024 entre as comunidades latinas e negras nos EUA

Editores | 12/08/2023 18:34 | POLÍTICA E ECONOMIA
IMG Imagem de Freepik

O impacto da desinformação nas comunidades de pessoas não brancas e de imigrantes nos Estados Unidos, especialmente em relação às eleições, tem sido importante objeto de discussão, principalmente na conjuntura atual de expectativas políticas para as eleições de 2024.


Antes das eleições de 2020, houve uma disseminação significativa de informações falsas e teorias da conspiração direcionadas a eleitores latinos e asiáticos americanos. Essas informações incluíam acusações de que Joe Biden era comunista, alegações de bruxaria envolvendo um cofundador do movimento “Black Lives Matter” e imagens adulteradas difamando a campanha de Donald Trump. Essas alegações falsas foram disseminadas em plataformas de mídia social como o Facebook, afetando as opiniões e percepções dos eleitores.


Segundo artigo da Associated Press, à medida que as eleições de 2024 se aproximam, organizações comunitárias estão se preparando para um aumento na desinformação direcionada a comunidades de imigrantes e negros. A complexidade e sofisticação dessas campanhas de desinformação estão aumentando, alimentadas por plataformas de mídia social que permitem a disseminação rápida de informações falsas. Muitas dessas campanhas se concentram em temas específicos importantes para cada comunidade, como segurança pública, imigração, educação, dentre outros.


Segundo o artigo, um desafio particular é a vulnerabilidade de imigrantes de países com histórico de regimes autoritários ou eleições injustas, que podem ser mais suscetíveis a desinformações como as que afirmam que os EUA estão se tornando um estado socialista. Barreiras linguísticas e falta de conhecimento sobre a mídia americana também tornam essas comunidades mais propensas a receber informações erradas.


A desinformação é uma tática de supressão de eleitores que pode ter um impacto significativo nas comunidades minoritárias, minando a confiança no processo eleitoral e na democracia como um todo. Além disso, as táticas de desinformação alimentam histórias antigas de privação de direitos das pessoas negras, remontando à era Jim Crow, “de tentar privar as pessoas negras, voltando aos esforços de intimidação e repressão do eleitor após a Lei dos Direitos Civis de 1866”, disse Atiba Ellis, professor de direito da Case na Faculdade de Direito da Universidade de Western Reserve, para a Associated Press.


As plataformas de mídia social, como WhatsApp e WeChat, são canais importantes para a disseminação de desinformação em várias línguas, muitas vezes escapando da detecção de moderadores e verificadores de fatos. A falta de conteúdo traduzido sobre o processo eleitoral dos EUA também deixa espaço para informações incorretas.


“Um relatório de 2022 do grupo de vigilância de esquerda “Media Matters” rastreou 40 vídeos do YouTube em espanhol que espalhavam desinformação sobre as eleições nos Estados Unidos. Muitos desses vídeos permaneceram na plataforma, apesar de violar a política de desinformação eleitoral do YouTube, segundo o relatório”, informou o artigo.


Para combater esse problema, os especialistas recomendam que as empresas de mídia social invistam em moderação de conteúdo e verificação de fatos em idiomas diferentes do inglês. Além disso, sugerem que o governo e as autoridades eleitorais tornem as informações de votação acessíveis para comunidades não anglófonas, forneçam treinamento de alfabetização midiática e identifiquem mensageiros confiáveis dentro das comunidades para combater as narrativas de desinformação.

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