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Estudantes latinos do distrito de Nampa, Idaho, denunciam discriminação por possível código de vestimenta

Editores | 03/09/2023 19:30 | CULTURA E SOCIEDADE
IMG Imagem de vecstock no Freepik

A União Americana pelas Liberdades Civis (ACLU, na sigla em inglês) está atualmente buscando uma investigação federal no Distrito Escolar de Nampa, em Idaho, devido à alegação de que a escola implementou um “código de vestimenta discriminatório que afeta e discrimina estudantes latinos. Esta ação legal foi baseada em uma queixa apresentada pela ACLU ao Departamento de Justiça, que agora está considerando a investigação.


A ACLU argumenta que o Distrito Escolar de Nampa, que tem uma significativa população de estudantes latinos, está violando vários direitos dos estudantes ao impor um código de vestimenta informal que considera itens culturais latinos como trajes relacionados a gangues. Esses itens incluem roupas que lembram o estilo cholo, rosários católicos e a imagem de uma águia negra asteca, que é um símbolo associado aos “United Farm Workers” (Trabalhadores Agrícolas Unidos”), uma organização fundada por César Chávez para lutar pelos direitos trabalhistas e civis.


Além disso, a ACLU argumenta que os estudantes latinos também são punidos por usar roupas com cores específicas, como vermelho e azul, que coincidentemente também são as cores de algumas escolas do distrito. A organização afirma ainda que, na prática, o distrito escolar estabelece políticas não escritas por meio de consultas informais com autoridades policiais, permitindo que regras adicionais e consequências disciplinares sejam aplicadas de maneira arbitrária e individual aos estudantes.


Segundo matéria da NBC News, a ACLU conversou com várias famílias latinas que foram afetadas por essas políticas, e os casos incluem alegações de que os estudantes foram acusados injustamente de filiação a gangues com base apenas em sua identidade racial e roupas que usavam. Isso levou alguns estudantes a faltarem à escola e a se sentirem constantemente sob vigilância.


O distrito escolar, por sua vez, alega ter uma parceria sólida com o departamento de polícia local e ter sucesso na redução da violência de gangues nas escolas. Eles afirmam oferecer treinamento anti-bullying e de sensibilidade cultural aos funcionários todos os anos e negam qualquer apoio a práticas discriminatórias.


A queixa da ACLU argumenta que a aplicação dessas políticas cria um ambiente hostil para os estudantes latinos, resultando em taxas desproporcionais de suspensão em comparação com estudantes brancos. Isso, segundo a ACLU, leva à perda significativa de tempo de aula e oportunidades educacionais para os estudantes latinos.


A ACLU está pedindo ao Departamento de Justiça que não apenas investigue as ações do distrito escolar, mas também tome medidas corretivas e monitore o cumprimento futuro das políticas pelo distrito. A ACLU acredita que o Departamento de Justiça pode encontrar soluções específicas para aqueles injustamente afetados por essas políticas e espera que o departamento opte por abrir uma investigação sobre o assunto.

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