O México e os Estados Unidos anunciaram um acordo para enfrentar o recente aumento nas travessias ilegais de migrantes na fronteira entre os dois países. Segundo noticiado pela CNN News, autoridades mexicanas se encontraram com autoridades da Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA em Ciudad Juárez, México, para discutir medidas conjuntas. O aumento nas travessias ilegais levou a uma série de desafios, incluindo o fechamento temporário de uma ponte internacional e interrupções no sistema de trens de carga mexicano.

Como parte do acordo, o México concordou em tomar várias medidas para desencorajar os migrantes e aliviar a pressão sobre suas cidades fronteiriças, incluindo El Paso, San Diego e Eagle Pass, no Texas. Além disso, eles planejam implementar ações para tornar mais difícil para os migrantes utilizarem o sistema ferroviário para chegar à fronteira EUA-México.

O número de travessias de migrantes ao longo da fronteira EUA-México aumentou significativamente, ultrapassando 8.600 em um período de 24 horas em algumas ocasiões, um número muito maior do que as cerca de 3.500 detenções diárias antes do vencimento do “Título 42” em maio. Organizações sem fins lucrativos e funcionários de comunidades fronteiriças sugerem que esse aumento pode ser resultado de desinformação e ação de contrabandistas no México, dentre outros fatores, segundo a mesma publicação.

De acordo com a publicação, as cidades fronteiriças mais afetadas incluem Del Rio, El Paso, Lower Rio Grande Valley e Tucson, com cada uma enfrentando mais de 1.000 chegadas de migrantes nas últimas 24 horas. A situação atingiu um ponto crítico, com El Paso enfrentando uma grande quantidade de migrantes, sobrecarregando seus recursos. Um abrigo na cidade foi aberto para acomodar o aumento de migrantes, e espera-se um grande influxo nos próximos dias.

O Departamento de Defesa dos EUA também aumentou os recursos na fronteira, com o envio de mais funcionários da ativa para se juntarem à Guarda Nacional já em serviço. No entanto, o México também enfrenta seus próprios desafios, com cerca de 6.000 migrantes chegando diariamente à sua fronteira sul, muitos dos quais são da América Central. O presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, planeja se reunir com o presidente dos EUA, Joe Biden, em novembro para discutir questões de migração, tráfico de drogas e armas de fogo.

O acordo entre os dois países inclui a deportação de migrantes para seus países de origem, negociações com vários governos para confirmar o recebimento de seus cidadãos deportados e a implementação de medidas para tornar as travessias mais difíceis.

“Outros termos do acordo incluem a apresentação de um relatório diário do número de migrantes no sistema ferroviário ao setor de El Paso da Alfândega e Proteção de Fronteiras, o estabelecimento de pontos de controle ao longo da rota ferroviária da Ferromex e a realização de intervenções em ferrovias e rodovias, de acordo com o Instituto Nacional de Migração do México. O instituto disse que o México deportou mais de 788 mil migrantes para seus países de origem entre 1º de janeiro e setembro”, de acordo com a matéria da CNN.

No entanto, alguns especialistas acreditam que o aumento nas deportações do México pode não abordar o problema subjacente, que inclui a crescente violência em certas regiões do México, que tem alimentado mais migração, especialmente de famílias mexicanas que buscam asilo nos EUA.

Além disso, os contrabandistas são apontados como um dos principais responsáveis pelo aumento recente de migrantes, usando grupos de migrantes como distração para transportar narcóticos e criminosos para os EUA.