O relatório publicado recentemente pelo PewResearch Center abordou o aumento significativo no número de migrantes buscando entrar nos Estados Unidos pela fronteira com o México, destacando suas implicações políticas e sociais. O estudo apresenta uma análise detalhada das percepções e opiniões dos americanos sobre a situação migratória, bem como as políticas propostas para lidar com o problema.

Há um consenso, segundo a pesquisa, de que fatores econômicos, como más condições nos países de origem dos migrantes e melhores oportunidades nos Estados Unidos, são as principais razões para o aumento do fluxo migratório. No entanto, existem divergências partidárias significativas em relação a outros fatores, como violência nos países de origem.

“Cerca de dois terços dos americanos (65%) dizem que a violência nos países de origem dos migrantes é uma das principais razões pelas quais um grande número de imigrantes chegou à fronteira. Os democratas e os independentes com tendência democrata têm 30 pontos percentuais mais probabilidade do que os republicanos e os inclinados à republicanos para citar esta como uma das principais razões (79% vs. 49%). Em contraste, 76% dos republicanos dizem que a crença de que as políticas de imigração dos EUA facilitarão a permanência no país assim que chegarem é um fator importante. Cerca de metade dos democratas (39%) dizem o mesmo”.

Além disso, o relatório destaca que a maioria dos americanos considera o grande número de migrantes na fronteira uma crise ou um grande problema. As opiniões partidárias sobre essa questão também variam, com os republicanos (70%) mais propensos a descrever a situação como uma crise em comparação com os democratas (22%).

O relatório também examina as preocupações dos americanos sobre o influxo de migrantes, incluindo encargos econômicos e preocupações com segurança. Notavelmente, a maioria dos republicanos acredita que o aumento da migração está relacionado a um aumento da criminalidade nos Estados Unidos, enquanto a maioria dos democratas discorda dessa afirmação.

Segundo o relatório, “22% apontam para os encargos económicos associados ao afluxo de migrantes, incluindo as pressões que os migrantes colocam sobre os serviços sociais e outros recursos governamentais [...] 22% também citam preocupações de segurança. Muitas destas respostas centram-se no crime (10%), terrorismo (10%) e drogas (3%)”.

Acerca das avaliações sobre o governo federal frente a situação na fronteira entre os EUA e o México, os dados demonstram que as classificações são “extraordinariamente baixas”.

“Apenas 18% dizem que o governo dos EUA está fazendo um bom trabalho ao lidar com o grande número de migrantes na fronteira, enquanto 80% dizem que está fazendo um mau trabalho, incluindo 45% que dizem que está fazendo um péssimo trabalho. [...] As opiniões dos republicanos são esmagadoramente negativas (89% dizem que está fazendo um mau trabalho), como tem acontecido desde que Joe Biden se tornou presidente [...] 73% dos democratas também atribuem classificações negativas ao governo, a porcentagem mais elevada registada durante a presidência de Biden”.

Em relação às políticas para melhorar a situação na fronteira, destaca-se que não existe uma única proposta política que a maioria dos americanos apoie. No entanto, aumentar o número de juízes e funcionários de imigração para acelerar as decisões sobre asilo e criar mais oportunidades para imigração legal são propostas que recebem amplo apoio, especialmente entre os democratas.

Por fim, o relatório observa que o debate sobre a expansão do muro na fronteira continua sendo uma questão altamente conflituosa entre republicanos e democratas, com o apoio dos republicanos à expansão do muro substancialmente maior do que o dos democratas.