Uma matéria publicada pela NBC News analisa a crescente aliança entre líderes latino-americanos de direita e extrema-direita, como Nayib Bukele de El Salvador e Javier Milei da Argentina, e o Partido Republicano dos Estados Unidos, destacando sua participação proeminente na Conferência de Ação Política Conservadora (CPAC). Essa parceria é vista como estratégica tanto pelos líderes latino-americanos, que buscam fortalecer laços com potenciais futuros líderes dos EUA e influenciar a política externa, quanto pelos republicanos, que veem nesses líderes uma oportunidade de reforçar sua mensagem anti-esquerda e atrair eleitores latinos conservadores.
Destaca-se que houve uma mudança no enfoque da CPAC, que historicamente era um encontro dominado pelo Partido Republicano, mas que nos últimos anos passou a ser associado principalmente ao ex-presidente Donald Trump e seus seguidores. De acordo com a publicação, a expansão da CPAC para além das fronteiras dos EUA, incluindo conferências em diversos países, reflete uma estratégia de alcance global da direita conservadora, que busca solidificar alianças internacionais para promover uma agenda comum.
“A união entre os republicanos e a direita latino-americana fortaleceu-se com a estreita relação entre o então presidente brasileiro Jair Bolsonaro e Trump. Bolsonaro, querido entre os conservadores nos EUA, discursou no CPAC de 2023 depois de perder sua candidatura à reeleição. Os aliados de Trump trabalharam para ajudar Bolsonaro em sua candidatura à reeleição em 2022, exportando algumas das estratégias de campanha de Trump, incluindo sugestões de fraude eleitoral antes da eleição. [...] Agora os conservadores voltaram sua atenção para Bukele e Milei”, segundo a matéria da NBC.
Os líderes latino-americanos destacados, Bukele e Milei, são descritos como figuras “populistas de direita” com apelos distintos. Bukele, que tem uma alta taxa de aprovação em El Salvador, é elogiado por suas políticas de segurança e seu combate às gangues, apesar das críticas à sua abordagem autoritária. Por outro lado, Milei, um economista considerado “populista”, busca implementar políticas de “terapia de choque” para lidar com a crise econômica na Argentina.
No que tange à relação complexa entre Bukele e o governo Biden – apesar das críticas às suas medidas antidemocráticas – Bukele tem sido visto com simpatia pela administração americana devido aos esforços para conter a migração irregular. Essa dinâmica ilustra as complexidades das relações entre os EUA e os líderes latino-americanos, que muitas vezes envolvem uma combinação de interesses estratégicos e preocupações com direitos humanos e democracia.
Frente a esse cenário político complexo,
tornou-se importante acompanhar as tendências políticas emergentes na América
Latina e sua interação com o cenário político dos Estados Unidos, destacando a
crescente influência dos líderes conservadores da região na política global.