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Carta de Michelle Obama pede engajamento cívico pelo futuro da Democracia estadunidense

Editores | 24/01/2022 00:47 | POLÍTICA Y ECONOMÍA
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O “The New York Times” publicou no domingo, dia 9 de janeiro, uma carta assinada por Michelle Obama intitulada “Lute por nosso voto” (“Fight For Our Vote”). Sua organização sem fins lucrativos, a “When We All Vote” também disponibilizou a mensagem que alerta sobre os ataques aos diretos de voto no país e exorta os cidadãos americanos a lutarem pela Democracia. 

A legislação ao nível federal sobre direitos de votos, como mencionamos anteriormente, ainda não foi aprovada, e a carta, assinada também por outras organizações em coalização pela causa, busca o engajamento dos eleitores pelo direito de votar nas próximas eleições de novembro de 2022. Dentre essas organizações destacam-se: National Association for the Advancement of Colored People (NAACP), Stacey Abrams' Fair Fight Action, Voto Latino Foundation, NextGen America, LeBron James' More Than A Vote e Rock the Vote.

A mensagem se inicia relembrando a invasão ao Capitólio no dia 6 janeiro de 2021 por partidários do ex-presidente Trump: “Há um ano, testemunhamos um ataque sem precedentes ao nosso Capitólio e à nossa democracia. Da Geórgia e Flórida, de Iowa ao Texas, os estados aprovaram leis destinadas a dificultar o voto dos americanos. Em outras legislaturas estaduais em todo o país, os legisladores tentaram efetuar o mesmo”. 

Não somente a carta fez referência à agitação como também a uma série de restrições de voto aprovadas em nível estadual em todo o país. Assim, a mensagem segue apontando a necessidade do engajamento cívico enquanto responsabilidade pelo futuro da democracia estadunidense: “Temos que votar como se o futuro da nossa democracia dependesse disso. Não devemos dar ao Congresso escolha a não ser agir decisivamente para proteger o direito ao voto e tornar as urnas mais acessíveis para todos”.
Segundo a publicação da CNN News, “as legislaturas controladas pelos republicanos, particularmente em Estados considerados ‘campo de batalha’ que constataram maior participação e vitórias democratas em 2020, já promulgaram uma série de novas leis que limitam o voto ausente, impõem requisitos adicionais de identificação e criam novos obstáculos à votação. E mais restrições provavelmente serão aprovadas nas próximas sessões legislativas estaduais”.

Ainda segundo a mesma publicação, o líder da maioria no Senado, Chuck Schumer, “prometeu que a câmara votará se mudará as regras de obstrução legislativa do Senado até o “Martin Luther King Jr. Day”, dia 17 de janeiro, se os republicanos bloquearem o último esforço dos democratas para avançar na legislação de direitos de voto”. Apesar da promessa, os democratas não obtiveram sucesso na empreitada.

No intuito de recrutar novos voluntários e aliados para pressionar o Senado pela aprovação da legislação federal sobre direitos de voto, e a organizar os cidadãos americanos para as eleições legislativas deste ano, a carta orienta o seguinte plano de ação: 
“Recrute e treine pelo menos 100.000 voluntários ao longo de 2022 para registrar e formar eleitores em suas comunidades.  
Registre mais de um milhão de novos eleitores em todo o país.
Organize pelo menos 100.000 americanos para entrar em contato com seus senadores, pedindo-lhes que façam tudo o que puderem para aprovar o Freedom to Vote Act e o John Lewis Voting Rights Advancement Act.  
Recrute milhares de advogados para proteger os eleitores nos estados onde a liberdade de voto está ameaçada.  
Comprometa-se a educar os eleitores sobre como votar com segurança em seu Estado”.

Ao comentar sobre os motivos da carta assinada por Michelle Obama e demais organizações coligadas (uma iniciativa inédita para a organização de Obama), a diretora executiva da When We All Vote, Stephanie Young, declarou à CNN: “Passamos todo o ano de 2021 realmente lutando por uma legislação federal sobre direitos de voto. Mais de 20.000 pessoas tomaram medidas (de defesa) conosco (no ano passado), e sabíamos ao longo deste ano, e vendo que o Congresso não estava agindo, e que a obstrução estava ficando no caminho, que realmente precisávamos resolver o assunto com nossas próprias mãos”.

Outra declaração, citada na mesma publicação, foi de Hillary Holley, diretora da Fair Fight Action (organização fundada pela candidata democrata ao governo da Geórgia, Stacey Abrams) atentou para a importância da causa: “Agora, com a campanha de supressão de eleitores do Partido Republicano aumentando nos legislativos estaduais em todo o país, a Fair Fight Action se orgulha de se juntar a Michelle Obama e ao When We All Vote, ao lado de outras organizações civis e de direitos eleitorais, para lutar contra a agenda anti-eleitor dos republicanos. Estamos prontos para trabalhar com nossos aliados para recrutar novos voluntários e continuar organizando os americanos para pressionar o Senado a aprovar novas proteções federais para os direitos de voto em um momento em que precisamos deles mais do que nunca”.

Todos os esforços dos Democratas se concentram no sentido de que a aprovação das propostas por novas regras básicas de voto se concretize antes das eleições de meio de mandato, as quais determinarão qual Partido terá maior concentração de poder no Congresso. Conforme discutimos em números anteriores, os Senadores Joe Manchin (WV) e Kyrsten Sinema (AZ), apesar de democratas, atuam em conjunto com os republicanos para bloquear as iniciativas de Joe Biden. 

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