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Grupos armados no Arizona e no Texas atuam ilegalmente na fronteira entre Estados Unidos e México

Editores | 05/06/2024 16:34 | POLÍTICA E ECONOMIA

A partir de uma investigação do Texas Observer e do ArizonaCenter for Investigative Reporting foi relatada a presença e atividades de grupos de vigilantes ao longo da fronteira entre Estados Unidos e México. Esses vigilantes se vestem com roupas de camuflagem, usam equipamentos táticos e frequentemente detêm e ameaçam migrantes, compartilhando suas atividades online para solicitar doações e recrutar novos membros. Eles têm estabelecido relações com autoridades locais e federais, especialmente no Arizona e Texas, aumentando o risco de violência e levantando questões sobre a legalidade dessas colaborações.


Segundo a investigação, alguns policiais e autoridades locais têm demonstrado conivência ou até colaboração com esses vigilantes, que incluem indivíduos com antecedentes criminais portando armas ilegalmente. Além disso, as autoridades falham em prender ou acusar vigilantes filmados cometendo crimes. Alguns membros desses grupos se apresentam como humanitários, ajudando migrantes, enquanto outros disseminam teorias da conspiração e danificam estações de água humanitária.


Grupos de vigilantes anti-imigrantes têm uma longa história na fronteira, remontando à década de 1970. A atual retórica política sobre uma “invasão” de migrantes tem incentivado essas atividades, especialmente com a aproximação das eleições de 2024 e a retórica de figuras como Donald Trump. Líderes como o governador do Texas, Greg Abbott, têm feito declarações controversas sobre o uso de violência para deter migrantes.


Apesar de as milícias serem ilegais no Arizona e Texas, a falta de ação contra os vigilantes encoraja suas atividades. Cade Lamb, filho do xerife de Pinal County, Arizona, fundou uma organização de vigilantes que tem colaborado com as autoridades locais. Outras milícias, como os Patriots for America e os Veterans on Patrol, têm divulgado seus relacionamentos com agentes federais para solicitar apoio e doações.


A publicação menciona que a colaboração entre autoridades e vigilantes pode ter consequências graves, citando um caso de 2019 no Novo México, onde a milícia deteve ilegalmente migrantes sob a mira de armas. A falta de diretrizes federais claras para interações com vigilantes é apontada como um problema, com o senador Ed Markey propondo legislação para impor sanções penais a atividades não autorizadas de milícias armadas.


O senador norte-americano Ed Markey, um democrata de Massachusetts, identificou este déficit de política federal numa carta do ano passado em resposta à atividade de vigilantes no Texas e no Arizona por parte dos Patriots for America e dos Veterans on Patrol. A carta – enviada a altos funcionários do Departamento de Justiça, do Departamento de Segurança Interna e do CBP – descreveu como os vigilantes da fronteira se envolveram em ‘colaboração não oficial ou não autorizada com agentes responsáveis ​​pela aplicação da lei’. Sem ação federal, afirma a carta, ‘os grupos de vigilantes continuarão a operar e enfraquecerão a capacidade do governo de manter a segurança dos migrantes, proteger os direitos humanos e defender o Estado de direito na fronteira.”


Em suma, a presença de vigilantes na fronteira, a conivência de algumas autoridades e a falta de políticas federais claras são questões preocupantes que potencialmente aumentam a violência e violam os direitos humanos dos migrantes.

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