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Projeto contra desinformação recorre a mensageiros de confiança em comunidades de imigrantes

Editores | 11/07/2024 17:04 | CULTURA E SOCIEDADE

No final do ano passado, Scarlett Lanzas, enquanto conversava com vizinhos na piscina comunitária em Miami, ouviu um rumor falso sobre a eleição presidencial de 2024. Este incidente destacou a importância do trabalho de Lanzas como navegadora de informações bilíngue, parte de um projeto piloto do Information Futures Lab da Universidade Brown, que visa corrigir rumores com informações factuais em comunidades de diáspora na Flórida.


A iniciativa foi matéria da NPR que informa que Lanzas, para além de sua função como gerente de uma organização sem fins lucrativos, respondia a uma pesquisa semanal e encaminhava preocupações de sua rede para a equipe de pesquisa, que incluía o site de verificação de fatos Factchequeado e a agência de comunicação We Are Más. A equipe então enviava postagens factuais pelo WhatsApp para serem compartilhadas facilmente.


A disseminação do rumor sobre a eleição presidencial se originou de um vídeo nas redes sociais, onde um dispositivo Alexa parecia afirmar que a eleição não ocorreria, popularizado por Alex Jones. A equipe de pesquisa, ao identificar este boato, criou mensagens para informar que a eleição estava marcada para 5 de novembro e alertar sobre falsos rumores.


Lanzas, imigrante nicaraguense, não se surpreendeu com a crença de alguns imigrantes no rumor, dado os precedentes em seus países de origem. Ela encaminhou as informações corretas a seu vizinho pelo WhatsApp, mostrando a eficácia do projeto.


O projeto piloto revelou que menos de 20% das mais de 500 perguntas recebidas eram sobre rumores, a maioria envolvia necessidades diárias e dificuldades em acessar informações precisas, especialmente em espanhol. A iniciativa destacou a falta de acesso a informações de qualidade em algumas comunidades de imigrantes, exacerbada por barreiras linguísticas e de alfabetização.


No final do piloto, 78% dos navegadores de informações relataram que as postagens fornecidas eram mais apropriadas culturalmente do que outras fontes disponíveis, ajudando na comunicação com a comunidade. Friedhoff, codiretora do Information Futures Lab, está explorando a expansão do uso de navegadores de informações e desenvolvendo um kit de ferramentas para ajudar organizações comunitárias a recrutar navegadores, ainda segundo a publicação.


Para Scarlett Lanzas, a experiência como navegadora de informações inspira novas abordagens no trabalho de sua organização com a comunidade latina de Miami, enfatizando a importância de apoiar as comunidades com acesso a informações corretas.

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