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O impacto das políticas de repressões migratórias em 2024

Editores | 12/09/2024 18:12 | POLÍTICA E ECONOMIA
IMG Foto: Conatw95

Houve uma redução significativa no número de migrantes que chegam à fronteira entre os Estados Unidos e o México em 2024. Embora isso possa ser visto inicialmente como uma vitória das políticas de controle migratório, uma publicação do WashingtonOffice on Latin America (WOLA) ressalta que essa queda representa, na verdade, uma consequência de medidas duras que não tratam das causas reais da migração.


A diminuição nas chegadas de migrantes é resultado de políticas mais restritivas adotadas pelos EUA, México e outros países da América Central. Entre essas medidas estão o aumento do controle fronteiriço, a deportação de migrantes e a implementação de procedimentos mais rigorosos para solicitar asilo.


No entanto, o texto critica essas políticas como soluções temporárias e ineficazes, que apenas adiam o problema. Segundo o autor, Adam Isacson, as razões que levam milhares de pessoas a migrar, como a pobreza extrema, a violência, a crise climática e regimes políticos repressivos, continuam a ser forças poderosas. Esses fatores empurram muitas pessoas a arriscarem suas vidas para alcançar os Estados Unidos, e as políticas de repressão não conseguem deter esse fluxo de longo prazo. Pelo contrário, a repressão empurra muitos migrantes a procurarem rotas mais perigosas e a se colocarem em situações mais vulneráveis.


O sistema de asilo dos EUA também é criticado como insuficiente para lidar com a demanda crescente. Em vez de acolher os migrantes e processar seus pedidos de maneira justa, o governo tem implementado políticas cada vez mais duras, que incluem barreiras legais e físicas que dificultam ou impedem o acesso ao asilo. Além disso, o texto menciona que as autoridades fronteiriças, especialmente no estado do Texas, estão intensificando as medidas para impedir a entrada de migrantes, o que inclui o uso de táticas de dissuasão e prisões em massa.


Apesar da queda no número de migrantes na fronteira, isso não deve ser visto como um sinal de sucesso das políticas migratórias. Em vez disso, o texto sugere que essa queda representa um “controle temporário” sobre uma situação que é muito mais complexa e persistente. Assim, as tentativas de migração continuarão enquanto as causas subjacentes, como a instabilidade econômica e a insegurança nas regiões de origem dos migrantes, não forem abordadas. Sem mudanças estruturais nessas áreas, a migração para os Estados Unidos provavelmente aumentará novamente no futuro.


As consequências humanitárias dessas políticas avançam, como o aumento dos abusos, sequestros, violência e mortes de migrantes ao longo da jornada. Muitos deles, ao serem impedidos de seguir rotas mais seguras, são forçados a recorrer a rotas mais perigosas, controladas por traficantes de pessoas e carteis de drogas.


Logo, enquanto os Estados Unidos e outros países da região se concentrarem em políticas de contenção e não em abordagens mais holísticas que tratem das causas da migração, a crise migratória continuará a se intensificar. A repressão pode reduzir temporariamente os números, mas não resolverá os problemas estruturais que forçam tantas pessoas a fugir de seus países em busca de uma vida melhor.

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