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O relatório de um importante centro de pesquisa demostra que a maioria dos latinos acredita que a vida nos EUA é melhor que seu país de origem

Editores | 29/01/2022 01:36 | CULTURA Y SOCIEDAD
IMG flickr.com/Laura Elizabeth Pohl/Bread for the World

O novo relatório da Pew Research Center, uma instituição de pesquisa sem vínculos partidários, apresentou dados importantes relacionados à percepção da comunidade latina, nascida ou não nos Estados Unidos, sobre as condições de vida em comparação ao país de origem.

A pesquisa realizada em março de 2021, e publicada no dia 20 de janeiro deste ano, traz resultados das entrevistas feitas com 3.375 latinos adultos em todo o país. O que se constatou, é que a maioria das respostas confirmou que a vida nos Estados Unidos é melhor que seu país ancestral na América Latina.

Nas entrevistas realizadas, os pesquisadores pediram que as pessoas fizessem a comparação entre o país ancestral e os Estados Unidos, estabelecendo a relação entre “melhor”, “pior” ou “o mesmo”, nas perguntas sobre os seguintes temas: 1. Oportunidade de progredir; 2. Melhores condições para criar os filhos; 3. Acesso aos cuidados de saúde; 4. Tratamento em relação aos pobres, e 5. Força dos laços familiares. As respostas foram categorizadas por local de nascimento e por gerações (até a 3.ª geração ou superior), incluindo os netos de imigrantes e posteriores que vivem no país, legalmente ou não.

Uma visão geral da pesquisa demonstra que: “para muitos latinos, os Estados Unidos oferecem a oportunidade de uma vida melhor, em vários aspectos, do que o lugar de onde seus ancestrais latinos vieram. Uma forte maioria diz que os EUA oferecem mais oportunidades de progredir do que o local de origem de seus ancestrais. A maioria também diz que os EUA apresentam melhores condições para criar seus filhos, para o acesso a cuidados de saúde e no tratamento dos pobres […]. Os latinos têm essa visão positiva sobre os EUA, quer tenham nascido em Porto Rico, em outro país, nos 50 estados americanos, ou no Distrito Federal de Columbia”.

No entanto, não são em todos os temas que a maioria dos latinos concorda que os Estados Unidos são melhores. Quase a metade dos adultos latinos (48%) têm a percepção de que os laços familiares são mais fortes no seu país de origem ou de origem dos seus ancestrais. Em contraste, 27% responderam que a força do vínculo familiar é a mesma em ambos os locais, e 22% disseram que os laços familiares são mais fortes nos Estados Unidos.

No quesito “oportunidade de progredir”, 79% dos latinos nascidos nos Estados Unidos responderam à expectativa de vida melhor é nos Estados Unidos, em relação ao local de origem de seus ancestrais. Esse índice aumenta para 87% nas respostas dos imigrantes latinos. A maioria das repostas dos latinos de terceira geração ou superior, confirma a mesma opinião sobre os Estados Unidos, mesmo que em porcentagem seja pouco menor: 72%. 

Perguntados sobre as melhores condições para se criar filhos, 76% dos adultos latinos consideram os EUA como o melhor lugar. Para 14% dos respondentes, as condições são quase as mesmas em ambos os lugares, e 9% preferem o país de origem nesse quesito. Segundo o relatório, essas percepções são compartilhadas, independentemente do local de nascimento ou da geração de imigrantes.

A maioria (69%) dos adultos latinos entrevistados, não importando o local de nascimento, acreditam que os Estados Unidos oferecem um melhor acesso aos serviços de saúde, em contrapartida, aos 12%, que classificaram o país de origem melhor nesse acesso. Para 17% das pessoas, não há diferença entre ambos os países. Uma parcela maior de latinos de segunda geração do que de latinos de terceira geração ou superior diz que o acesso aos cuidados de saúde é melhor nos EUA (70% vs. 64%).
“Cerca de um quarto (26%) dos recém-chegados, com 10 anos ou menos, dizem que os cuidados de saúde são melhores no local de origem. Essa visão é compartilhada por apenas 9% dos que chegaram há mais de 20 anos e 16% dos que chegaram entre 11 e 20 anos”, segundo o relatório.

Interessante notar que os dados apresentados dizem respeito justamente ao período em que a pandemia de Covid-19 impactou desproporcionalmente a vida dos latinos nos Estados Unidos.

Quando a pergunta estava relacionada ao tratamento dado aos pobres, 56% dos adultos latinos disseram que os EUA são melhores nesse quesito. Para 30% dos respondentes, a situação é a mesma em ambos os locais, e 12% concordaram que o tratamento aos pobres é melhor em seu país de origem. Segundo a pesquisa, há uma tendência maior (61% vs. 50%) de que latinos nascidos em outro país respondam que o tratamento dos pobres é melhor nos EUA do que no país ancestral.  
A pesquisa também se preocupou em perguntar aos latinos adultos suas percepções sobre o tratamento aos imigrantes e a realidade sobre discriminação com base na etnia ou cor da pele. O relatório completo pode ser acessado aqui.

Apesar das percepções mistas sobre a vida nos EUA, a maioria dos latinos que nasceram fora do país (84%) disseram que fariam a escolha pela imigração novamente de forma legal. A mesma resposta foi confirmada por 78% dos adultos latinos que não são cidadãos americanos e que não possuem o green card.

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