O Projeto 2025, uma iniciativa política que, apesar de não ser oficialmente associada ao ex-presidente Donald Trump, é amplamente considerada um esboço para seu possível segundo mandato. O projeto, que conta com o apoio de figuras importantes de sua administração anterior, tem gerado especulações sobre a sua influência nos planos de Trump, especialmente após ele afirmar que contrataria Tom Homan, autor do projeto e ex-diretor do Serviço de Imigração e Alfândega dos EUA.

Uma agenda com políticas polêmicas foi delineada nesse projeto, como deportação em massa, restrições aos direitos reprodutivos e uma repressão a questões LGBTQIA+, o que tem levantado críticas. No entanto, apesar dessas implicações, o documento ainda não foi traduzido para o espanhol, deixando um vazio na comunicação com a comunidade latina, que é vista como crucial para as próximas eleições.

Segundo informa o Latin Times, para preencher essa lacuna, a organização Voto Latino iniciou uma campanha para traduzir trechos do projeto e se conectar com eleitores latinos, especialmente os mais velhos. A campanha inclui um investimento de US$ 3,5 milhões em anúncios de vídeo em espanhol em estados decisivos, como Arizona, Nevada e Michigan. Esse esforço é inédito para a organização, que até então focava em eleitores mais jovens e predominantemente de língua inglesa.

María Teresa Kumar, representante do Voto Latino, segundo a publicação, disse que a organização escolheu enfatizar questões LGBTQ+ devido ao impacto dessas políticas na comunidade latina. Segundo ela, muitos estereótipos sobre as prioridades dos latinos não refletem a realidade, já que a pesquisa mostra que grande parte da comunidade acredita que temas como aborto e direitos LGBTQ+ são questões privadas e que o governo não deveria interferir.

A campanha ocorre em um momento de preocupação para os democratas, que têm visto uma queda no apoio entre eleitores latinos. Uma pesquisa recente do The New York Times/Siena College mostrou que a vice-presidente Kamala Harris tem enfrentado dificuldades para conquistar eleitores latinos, especialmente homens, enquanto Trump mantém seu apelo nesse grupo demográfico.