Diversos grupos cristãos e judeus entraram com uma ação judicial contra uma medida do governo Trump que ampliou a liberdade dos agentes de imigração para realizarem prisões em locais de culto. O processo, apresentado no Tribunal Distrital dos EUA em Washington, argumenta que essa política está gerando medo entre os imigrantes, reduzindo a frequência às igrejas e prejudicando programas de assistência. Os demandantes alegam que a medida infringe sua liberdade religiosa ao dificultar seu trabalho de acolhimento e apoio a migrantes, independentemente de seu status legal, segundo a Associated Press.
Entre os grupos que aderiram ao processo estão a Igreja Episcopal, a União para o Judaísmo Reformista, os Menonitas e os Unitaristas Universalistas, além de diversas denominações cristãs e judaicas que representam milhões de fiéis. O processo expande argumentos já apresentados em outra ação movida por congregações Quaker e outras entidades religiosas, atualmente pendente na Justiça.
O Departamento de Segurança Interna (DHS), citado como réu, defendeu a política afirmando que seu objetivo é impedir que criminosos utilizem igrejas como refúgio, garantindo maior liberdade de ação às forças de imigração. Em um memorando recente, o Departamento de Justiça argumentou que o pedido de liminar contra a medida se baseia em temores hipotéticos e destacou que a fiscalização da imigração em locais de culto já era permitida antes da nova diretriz.
Ainda segundo a publicação, os grupos religiosos que entraram com a ação destacam que suas tradições os obrigam a acolher imigrantes, independentemente de sua documentação, e que a política de Trump representa uma ameaça direta às suas atividades de assistência. Líderes religiosos relataram que a mudança já está afetando suas congregações, com imigrantes temendo comparecer a cultos e acessar serviços sociais oferecidos pelas igrejas.
A repressão à imigração do governo Trump tem sido alvo de críticas não apenas de líderes religiosos nos EUA, mas também do Papa Francisco, que alertou sobre as consequências da deportação em massa. No entanto, alguns especialistas jurídicos e defensores conservadores argumentam que locais de culto não devem servir como refúgio para quem descumpre a lei, defendendo a nova política como uma medida legítima de aplicação da legislação de imigração.
A
disputa judicial levanta um debate mais amplo sobre a relação entre liberdade
religiosa e fiscalização imigratória, com implicações tanto para o direito dos
imigrantes quanto para o papel das instituições religiosas na sociedade estadunidense.