O Pew Research Center publicou um relatório na terça-feira (14) examinando as barreiras que os latinos enfrentam nas áreas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática.

O estudo descobriu que a maioria dos latinos nos EUA sente que as carreiras científicas são potencialmente pouco acolhedoras para os latinos/hispânicos.  

A análise desta força de trabalho baseia-se em uma definição ampla daqueles que trabalham em ciência, tecnologia, engenharia e matemática (STEM, sigla no inglês). Os empregos STEM são definidos exclusivamente com base na atividade profissional dentre as 74 ocupações padrão em ciências da vida, ciências físicas e da terra, engenharia e arquitetura, ocupações de computação e matemática, bem como ocupações relacionadas à saúde, incluindo profissionais de saúde e técnicos.

Segundo o relatório, “os hispano-americanos estão claramente sub-representados entre as fileiras de cientistas e em profissões afins. Os adultos hispânicos representam 17% da força de trabalho dos EUA, mas apenas 8% dos que trabalham em ciências, tecnologia, engenharia ou matemática (STEM). Desde 2010, tem havido uma parcela crescente de estudantes hispânicos que frequentam e se formam na faculdade, bem como um aumento na parcela de bacharelado em uma área de STEM. Mesmo assim, os estudantes hispânicos continuam sub-representados entre os graduados e entre os mestres e doutores em STEM”.

Enquanto isso, os trabalhadores brancos representam 63% da força de trabalho e 67% dos trabalhadores STEM. Os asiáticos representam 6% da força de trabalho total, mas respondem por 13% da força de trabalho STEM do país.  

A pesquisa, realizada de 30 de novembro a 12 de dezembro de 2021, incluiu 3.716 adultos latinos, e “as perguntas feitas na pesquisa foram guiadas por um conjunto de seis grupos focais em julho de 2021, que levantaram visões sobre a pandemia de COVID-19, experiências e crenças sobre os sistemas de saúde e assistência médica, bem como os interesses em tópicos científicos e seus pensamentos sobre maneiras de aumentar a confiança e o envolvimento com a ciência nas comunidades hispânicas”, segundo o Pew Research Center.

A maioria dos entrevistados disse que uma representação mais visível de latinos de alto desempenho em STEM ajudaria a incentivar os latinos mais jovens a buscar cursos universitários e carreiras em ciências, matemática, engenharia ou tecnologia.

O instituto de pesquisa já havia realizado pesquisas no ano passado para examinar a falta de latinos em empregos STEM e, com o novo estudo, “os pesquisadores quiseram se aprofundar para descobrir os possíveis desafios que estes enfrentam para seguir carreiras em ciência, tecnologia e matemática”, de acordo com Cary Funk, diretor de pesquisa científica e social do Pew Research Center, segundo o The Hill.

A pesquisa recente descobriu que a maioria dos latino-americanos no país vê os empregos nas ciências como potencialmente “desagradáveis” para os latinos. Os pesquisadores afirmaram que 3 em cada 10 entrevistados, ou 29%, veem os demais cientistas como “não muito ou nada” receptivos aos latinos no campo.  

Enquanto isso, apenas 26% dos entrevistados acreditam que os cientistas brancos e não latinos, como um grupo profissional, são “muito acolhedores”, enquanto 42% disseram que são “um pouco” acolhedores.  

Os entrevistados também expressam a sensação de que os cientistas latinos não são visíveis nos níveis mais altos de sucesso nas carreiras científicas. Segundo o estudo, “cerca de 6 em cada 10 deles disseram que os latinos não atingiram os mais altos níveis de sucesso como cientistas; um menor número (35%) acredita que sim. As percepções de realizações hispânicas como engenheiros e médicos são relativamente mais positivas: 53% e 59%, respectivamente, acham que os hispânicos alcançaram os mais altos níveis de sucesso nessas profissões”.

“A grande maioria dos adultos hispânicos diz que ver mais exemplos de grandes empreendedores em STEM que são hispânicos ajudaria muito (50%) ou um pouco (31%) a incentivar mais jovens hispânicos a buscar diplomas universitários em áreas STEM”.

A pesquisa destaca uma maior realização e representatividade visível entre os latino-americanos como um potencial impulsionador do engajamento STEM entre essa população, incluindo a busca de diplomas universitários nessas áreas.