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A importância das empresas de propriedade latina na geração de empregos com o advento da pandemia nos EUA

Editores | 13/03/2022 10:41 | POLÍTICA E ECONOMIA
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Toda primeira sexta-feira de cada mês é quando O U.S. Department of Labor (Departamento do Trabalho dos EUA, no português) publica seu relatório mensal de emprego e, apesar de todas as matérias e análises desses números, divulgados nos variados canais de mídia no país, o fundamental, muitas vezes, se perde: por trás desses números estão pessoas reais. Dentre estas, dezenas de milhões são latinos/hispânicos, grupo que, cada vez mais, se apresenta como o motor da força de trabalho estadunidense.

Segundo dados apresentados no Blog do Departamento do Trabalho, dentre os cinco fatos de destaque acerca da força de trabalho latina no país, o número de trabalhadores latinos cresceu de 10,7 milhões em 1990, para 29 milhões em 2020, e deve chegar a 35,9 milhões em 2030. Além disso, “os hispânicos devem responder por 78% dos novos trabalhadores líquidos entre 2020 e 2030”.

Esses dados são importantes na análise da taxa de crescimento da força de trabalho geral do país nas últimas duas décadas. Segundo o citado Blog, o crescimento da força de trabalho não latina nesse mesmo período foi de apenas 0,5%. Se considerarmos o crescimento dos trabalhadores hispânicos, a taxa geral de crescimento da força de trabalho no país atingiu 4,5%.

Segundo estudo da McKinsey & Company, após dois anos de pandemia e suas implicações financeiras, “o crescimento da população hispânica e latina significa que a recuperação a longo prazo do país é inseparável da recuperação de famílias, comunidades e empresas hispânicas e latinas. De fato, os ativos únicos da comunidade – como sua relativa juventude e taxas de empreendedorismo acima da média – podem contribuir para uma recuperação e crescimento pós-pandemia mais justos”.

Assim, os latinos ou hispânicos não são apenas indivíduos agregadores da força de trabalho, mas também se destacam como empreendedores. O relatório recente da Stanford Graduate School of Business apontou que “os latinos são importantes criadores de empregos, aumentando seu número de funcionários a um ritmo mais rápido do que o empregador branco [...]. O número de “empresas empregadoras” (aquelas que têm pelo menos um funcionário remunerado além do proprietário) de propriedade de latinos cresceu 35% nos últimos 10 anos em comparação com 4,5% entre empresas de proprietários brancos ou não latinos, com o crescimento do emprego superando o crescimento do número de novos negócios. O número de funcionários nessas empresas cresceu 55% desde 2007, comparado ao crescimento de 8% do emprego das demais”.

Ainda segundo a pesquisa da Stanford, existem entre 400.000 - 450.000 empresas de propriedade de latinos empregando mais de 2,9 milhões de pessoas. Nessas empresas há uma média de 8 funcionários, constituindo importante e crescente fonte de emprego nos Estados Unidos. “A pesquisa deste ano [2021] descobre que os empresários latinos são mais propensos a fornecer oportunidades para o crescimento e desenvolvimento de seus funcionários do que os empresários brancos”.

Importante notar que, apesar dessas constatações, a pandemia do COVID-19 impactou negativamente as pequenas e médias empresas de propriedade dos latinos, como no restante da economia americana. Segundo o estudo da McKinsey and Company, cerca de 50% da receita dessas empresas “está nos setores mais atingidos, incluindo lazer e hospitalidade, comércio varejista e construção. Como as empresas de propriedade de hispânicos e latinos são desproporcionalmente pequenas e já estão mais propensas a estar em risco ou em dificuldades [...]”. 

De acordo a publicação do The Hill, o fato de empresas latinas se tornarem as maiores geradoras de empregos, mesmo no o contexto de dificuldades econômicos, se deve à resiliência latina. “Um exemplo dessa resiliência é a Peinado Construction em Frisco, Texas. Teddy Peinado iniciou sua construtora há 13 anos, desde então eles projetaram e construíram mais de 50 milhões de metros quadrados de prédios comerciais. A construção civil foi duramente atingida durante a pandemia, mas Peinado não cedeu. Com a mudança para home office e o crescimento do e-commerce, a demanda por armazenagem industrial em 2021 aumentou 54% acima de 2020, uma demanda que Peinado estava preparado para atender. Eles fizeram ainda mais negócios em 2021 do que em 2020, aumentando o volume de projetos de US$ 468 milhões para US$ 919 milhões, um crescimento de 96% ano a ano. E em janeiro de 2021, seu escritório principal tinha 64 funcionários. Hoje, eles têm 84. A Peinado Construction criou 20 novos empregos durante um período em que as empresas lutavam para se manter em pé”.

Apesar de vinte empregos não parecer um número grande, ainda segundo a publicação, empregadores de pequeno e médio porte fazem uma grande diferença em suas comunidades. 

Dentre alguns diferenciais apontados pela pesquisa da Stanford, as empresas de propriedade latina estiveram mais propensas a relatar resultados positivos nas suas empresas cujo reflexo é proveniente da aplicação de estratégias de negócios consideradas proativas. 

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