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Segundo pesquisa, 4 em cada 10 americanos estão altamente preocupados com a imigração ilegal

Editores | 30/04/2022 17:59 | POLÍTICA E ECONOMIA
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Uma pesquisa recente Gallup divulgada em 19 de abril, demonstra o aumento da preocupação dos americanos com relação à imigração não autorizada, fato que antecede as eleições de meio de mandato de 2022 e se tornou um assunto polarizador entre republicanos e democratas.

O estudo foi realizado entre 1º e 18 de março deste ano, antes de os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos anunciarem encerrariam em breve os poderes de emergência concedidos aos agentes de fronteira durante a pandemia, o “Título 42”, que lhes permitiram expulsar os migrantes sem a oportunidade de solicitar asilo. Foram entrevistadas 1.017 pessoas que vivem em todos os estados dos EUA e no Distrito de Columbia.

Segundo os dados da pesquisa, 41% dos americanos relatam grande preocupação com a questão da imigração ilegal, enquanto outros 19% estão preocupados bastante. “Os 41% atualmente preocupados muito aproximam-se da porcentagem encontrada há um ano, mas estão no topo das leituras Gallup feitas na última década. A única vez que significativamente mais americanos se preocuparam com isso foi em 2007, quando 45% se preocuparam muito enquanto o então presidente George W. Bush e o Congresso debatiam uma reforma abrangente da imigração”, de acordo com a divulgação.

Ainda segundo a pesquisa, democratas e republicanos estão se movendo em direções opostas quando se trata de opiniões sobre imigração. A pesquisa Gallup afirma que, desde 2006, os democratas ficaram menos preocupados com a imigração ilegal. Apenas 18% dos democratas entrevistados disseram estar “muito preocupados” com a questão, enquanto 44% disseram que “não estão nada” preocupados. Em contrapartida, os republicanos entrevistados (68%) disseram estar “muito preocupados” com a imigração ilegal. Embora houvesse uma queda em relação aos 76% que responderam o mesmo em 2021, houve um aumento considerável em relação aos 29% dos entrevistados em 2001.

Desde que o governo Biden anunciou que o “Título” 42 terminaria em 23 de maio, os republicanos alertaram que a suspensão incentivará ainda mais a imigração ilegal. Enquanto alguns democratas comemoraram o fim do “Título 42”, outros levantaram preocupações sobre como o governo lidará com o possível aumento de chegadas de pessoas à fronteira com o país.

Segundo publicação do Voice of America (VOA), “falando com repórteres na terça-feira [19 de abril], o senador de Michigan, Gary Peters, um democrata, disse: ‘A menos que tenhamos um plano bem pensado, acho que é algo que deve ser revisto e talvez adiado. Vou adiar o julgamento sobre isso até dar ao governo a oportunidade de articular totalmente qual é esse plano. Mas compartilho preocupações de alguns dos meus colegas’.”

Um número considerável de apreensões na fronteira em março deveu-se às chegadas recordes de migrantes da Ucrânia, Cuba, Colômbia e Nicarágua, segundo dados do Departamento de Segurança Interna (DHS) divulgados.

“De acordo com dados da Alfândega e Patrulha de Fronteira (CBP) dos EUA, o Título 42 foi usado na maioria de cerca de 2 milhões de expulsões de migrantes do Brasil, América Central, Haiti, México e Colômbia desde março de 2020. Outros requerentes de asilo da América do Sul foram rapidamente bloqueados nos portos de entrada sob a política. [...] Em março, as autoridades de fronteira dos EUA registraram 221.303 encontros com migrantes. Desses, 109.549 foram expulsos. O restante poderia ter sido detido, autorizado a buscar asilo ou colocado em liberdade condicional nos Estados Unidos, entre outras opções. Em fevereiro, houve 164.973 encontros com 91.513 expulsões”, segundo a publicação de VOA.

A pesquisa Gallup conclui que, desde que o CDC anunciou recentemente que retirará a autorização do “Título 42” em 23 de maio, autoridades e ativistas de ambos os lados da questão estão avaliando se a discórdia política provavelmente aumentará à medida que o prazo se aproximar. “Como mostram os dados, isso apenas refletirá a polarização entre os americanos sobre a imigração ilegal, com os republicanos altamente preocupados com isso e os democratas não vendo isso como um grande problema”.

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