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A diminuição do trabalho imigrante nos EUA está contribuindo para o aumento da inflação

Editores | 15/05/2022 08:06 | POLÍTICA E ECONOMIA
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A imigração para os Estados Unidos não somente começou a declinar após as políticas restritivas de imigração do ex-presidente Donald Trump, como também sofreu praticamente uma paralisia por 18 meses devido à pandemia de coronavírus.

A NBC Los Angeles publicou a informação da Associated Press, de que no país há cerca de dois milhões de imigrantes a menos, caso o ritmo de imigração tivesse permanecido o que era antes de Trump. A situação contribuiu para que se iniciasse uma busca desesperada por trabalhadores em muitos setores e, consequentemente, a elevação dos salários e ao aumento da inflação.  

Segundo a publicação, Giovanni Peri, economista da Universidade da Califórnia, observou que “esses 2 milhões de imigrantes desaparecidos são parte da razão pela qual temos escassez de mão de obra. No curto prazo, vamos nos ajustar a essa escassez no mercado de trabalho por meio de um aumento nos salários e nos preços”. A questão do trabalho, como mencionado, é um dos fatores bastante considerável para que a inflação atual o país seja a mais alta dos últimos quarenta anos. 

A imigração está voltando rapidamente aos níveis pré-pandemia, dizem os pesquisadores, mas os EUA precisariam de uma aceleração significativa para compensar seu déficit. Dado um declínio acentuado nos nascimentos nos Estados Unidos nas últimas duas décadas, alguns economistas preveem que o conjunto geral de trabalhadores em potencial começará a diminuir até 2025.

“A escassez de trabalhadores imigrantes ocorre quando o sistema político dos EUA está mostrando menos apetite para aumentar a imigração. Os democratas – que controlam todos os ramos do governo federal e, mais recentemente, têm sido o partido mais amigável à imigração – não tentaram avançar na legislação importante que permita mais novos residentes no país. [...] Com uma eleição difícil para o partido em novembro, os democratas estão cada vez mais divididos sobre a tentativa do governo Biden de acabar com as restrições relacionadas à pandemia no pedido de asilo”.

No Estado do Texas, que é dominado politicamente pelos republicanos, o legislativo local, em 2017, obrigou os municípios a obedecer às medidas dos agentes federais de imigração que procuram pessoas que estão nos EUA ilegalmente. Nota-se que o governador Greg Abbott enviou a Guarda Nacional do Texas para patrulhar a fronteira e ordenou mais inspeções nos portos fronteiriços, causando alguns problemas logísticos, segundo a NBC.

O tema da imigração como impulsionador na economia estadunidense tem dividido opiniões no Senado, segundo a publicação do Latino Rebels.

O senador Roy Blunt (R-MO) disse ser a favor do aumento da imigração legal nas categorias qualificadas e não qualificadas. O senador Rand Paul (R-KY) concordou com a opinião de Blunt e mencionou à publicação que tem um projeto de lei que dobraria a quantidade de vistos baseados em emprego. No entanto, admite que nem todo senador republicano apoia suas propostas para expandir os vistos de trabalho.

Apesar dos benefícios econômicos do aumento da imigração, o senador Marco Rubio (R-FL) “não vê um caminho a seguir para reformas na imigração que aliviem as pressões inflacionárias”.

Do lado democrata, o senador Bob Menendez (D-NJ) disse ao Latino Rebels que a reforma da imigração no atual Congresso havia basicamente se encerrado, “porque os republicanos estavam negociando com má fé sobre o assunto”. Já o senador Ben Ray Luján (D-NM) ainda espera que algo possa ser feito.

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