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Cubanos de Miami se opõem à compra de rádio em língua espanhola pelos latinos democratas

Editores | 19/06/2022 16:13 | POLÍTICA E ECONOMIA
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A compra de dezoito estações de rádio em espanhol por um grupo de latinos progressistas está despertando críticas e oposições principalmente em Miami, onde exilados cubanos os acusam de tentarem sufocar as vozes conservadoras.

Conforme noticiamos aqui, a criação do grupo de mídia, o conglomerado Latino Media Network, é pretendida por latinos proeminentes no país que negociam um acordo de US$ 60 milhões na compra de 18 estações de rádio em dez cidades nos EUA. O empreendimento é liderado e fundado por Stephanie Valencia, ex-funcionária do governo Obama que dirige agora a Equis Research, e Jess Morales Rocketto, também da Equis Research e veterana das campanhas de Barack Obama e Hillary Clinton.

Segundo o grupo, a mídia em questão é parte dos esforços dos democratas e simpatizantes em garantir o acesso a notícias e informações confiáveis às comunidades locais e latinas, em meio ao aumento do fluxo de notícias falsas em espanhol que circulam principalmente desde as eleições presidenciais de 2020, especialmente após a invasão do Capitólio dos EUA em 6 de janeiro do ano passado. Outro fator importante que antecedeu o acordo da criação da startup Latina Media Network, foi o lançamento da primeira rede conservadora de rádio por satélite e de língua espanhola, a “Americano”. 

As estações negociadas na compra incluem a Rádio Mambí, uma estação AM em formato de conversação em espanhol que tem sido historicamente uma voz para os exilados cubanos, apesar de algumas mudanças na última década.

Segundo a NY Post, “o acordo foi duramente criticado pelos republicanos na Flórida, desde a delegação cubano-americana da Câmara, até o senador Marco Rubio e o governador Ron DeSantis. Os membros da coalizão disseram que estão explorando formas legais de contestar a aquisição”.

Apesar de os democratas sinalizarem a preocupação com a viralização da desinformação e de notícias falsas nos meios de comunicação, os republicanos da Flórida entendem que os motivos apresentados são acusações que buscam “distrair o desempenho medíocre dos democratas entre os eleitores hispânicos no sul da Flórida nas eleições de 2020”, segundo a mesma publicação.

Stephanie Valencia, a cofundadora da Latino Media Network, disse à publicação que a compra se apresentou como uma oportunidade imperdível, principalmente pela possibilidade de se manter o grupo nas mãos dos latinos.

“Vamos analisar isso do ponto de vista comercial. Como manteremos o espírito do significado dessas estações? Como equilibramos a integridade jornalística e garantimos a construção de espaços para a liberdade de expressão?”, ela disse.
Um dos comentaristas mais populares, Ninoska Perez, um fervoroso defensor de Trump, garantiu aos ouvintes que eles foram informados de que não haveria grandes mudanças.

“A Rádio Mambi começou na década de 1980 com o apoio do governo Reagan e há muito tempo recebe financiamento federal para transmitir o conteúdo anticomunista da Rádio Martí para Cuba por uma hora após a meia-noite e durante todas as manhãs. Cuba, por sua vez, tenta impedir que o sinal da emissora chegue à ilha. Os cubanos em Miami lembram-se de crescer ouvindo a estação na cozinha ou no carro”, de acordo com o NY Post.

Ainda segundo a publicação, houve uma entrevista coletiva realizada pela coalizão conservadora “Assembly of the Cuban Resistance” (“Assembleia da Resistência Cubana”) onde Irina Vilariño, coproprietária de uma rede de restaurantes cubanos no sul da Flórida, afirmou: “precisamos ser surdos e cegos para não entender os motivos por trás dessa compra”. 

Antes da aprovação do contrato de compra da Latino Media, o grupo ainda precisa transferir as licenças de transmissão seguido por um período de comentários públicos. Se aprovado, a transição pode ocorrer em um ano com a conclusão prevista para o final de 2023. 

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