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Pesquisa aponta que a maioria dos eleitores latinos em estados de campo de batalha apoia acesso ao aborto e nova legislação sobre armas

Editores | 03/07/2022 19:25 | POLÍTICA E ECONOMIA
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Uma pesquisa realizada pelo “Voto Latino”, um grupo nacional de base focado na mobilização de jovens latinos, publicada na quarta-feira (22), mostra que os eleitores latinos em “estados de batalha” ou “estados-pêndulo” (sem preferência partidária clara e que são decisivos nas eleições), apoiam fortemente as medidas que visam a reforma da lei de armas e o acesso ao aborto, enquanto a Suprema Corte emitiu decisões que afrouxam as restrições às armas e derrubou o direito ao aborto ao reverter a histórica decisão de 1973 conhecida como “Roe vs. Wade”. 

Os respondentes da enquete feita de forma on-line são eleitores latinos com registro nos estados de Arizona, Flórida, Geórgia, Nevada, Carolina do Norte, Pensilvânia e Texas. A pesquisa foi realizada pela empresa Change Research, com sede em São Francisco, no início de junho, e “mostrou que 86% dos entrevistados consideravam que os tiroteios em massa nos EUA são uma crise ou um grande problema. Os eleitores entrevistados apoiaram esmagadoramente uma série de medidas de reforma de armas, incluindo 82% que apoiaram fortemente a exigência de verificação de antecedentes em todas as compras de armas”, segundo a NBC News

Em outro tema polêmico, a Suprema Corte anulou na sexta-feira (24) o direito constitucional ao aborto estabelecido há quase 50 anos em Roe v. Wade, dando aos estados autoridade para limitar ou proibir o procedimento. A decisão foi antecipada após o vazamento de uma versão preliminar do parecer em maio. Treze estados mais conservadores já possuem leis engatilhadas para proibir o aborto dentro de 30 dias, enquanto outros estão prestes a avançar com a legislação antiaborto. Já a pressão pela legislação sobre armas foi motivada por uma série de tiroteios em massa, incluindo o tiroteio na escola de Uvalde, no Texas, que deixou 19 alunos e dois professores mortos. 

Segundo o Voto Latino, as duas questões podem ser fundamentais em como o segundo maior bloco eleitoral do país, os latinos, votará nas próximas eleições em novembro. 

A pesquisa descobriu que 68% dos latinos acreditam que o aborto deveria ser legal em todos ou na maioria dos casos, com apenas 10% dizendo que acham que o aborto deveria ser proibido. Responderam também (65%) que apoiariam uma lei para proteger o acesso nacional ao aborto.  

Sobre a legislação sobre armas, os entrevistados expressaram, em sua maioria, a aprovação no aumento da idade mínima para comprar uma arma de fogo para 21 anos. Quase 80% disseram acreditar que as “leis de armas de senso comum” (common-sense gun laws) podem ser aprovadas, mantendo a Segunda Emenda intacta para os proprietários de armas considerados responsáveis. Enquanto isso, 82% disseram serem a favor da verificação de antecedentes em todas as compras de armas, enquanto 9% disseram que apoiam um pouco a medida, incluindo 80% por cento dos republicanos. Pelo menos 78% disseram que também apoiam as leis de bandeira vermelha, que são leis que permitem o controle de armas em posse de um indivíduo suspeito. 

As verificações aprimoradas de antecedentes e incentivos para que os estados adotem leis de “bandeira vermelha” estão entre o conjunto restrito de disposições do projeto de lei federal bipartidário sobre armas que tramita no Senado, segundo a NBC.

“Em um comunicado à imprensa, Maria Teresa Kumar, presidente e CEO do Voto Latino e comentarista política da MSNBC, disse acreditar que é ‘hora de acabar com o mito de que os latinos se opõem ao acesso ao aborto’. Ela também chamou as preocupações sobre a violência armada entre os eleitores latinos de ‘viscerais’: ‘Em um momento em que tiroteios em massa e ataques ao acesso ao aborto estão na frente e no centro de nossa política nacional, os eleitores latinos estão procurando candidatos que apoiem a política de armas de senso comum, bem como os direitos reprodutivos. [...] Nos estados de campo de batalha, os eleitores latinos apoiam diretamente as políticas democratas sobre essas questões polêmicas’”, segundo publicação da NBC.

A pesquisa incluiu mais de 1.000 entrevistados e tem uma margem de erro de 3%.

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