Para a UnidosUS, a maior organização de defesa dos latinos do país, o principal objetivo é garantir que o financiamento seja direcionado para apoiar os alunos e escolas com as maiores necessidades: “À medida que olhamos para o futuro, este relatório destaca como os formuladores de políticas podem priorizar as necessidades da população estudantil latina e, ao fazê-lo, criar um sistema educacional mais forte e equitativo para todos os alunos”.
Segundo a organização, “muitas das desigualdades nas escolas americanas que estavam presentes antes da pandemia, permanecem. Por exemplo, os alunos latinos são menos propensos a frequentar uma escola de alto desempenho do que os alunos brancos não latinos, e os latinos permanecem desproporcionalmente sub-representados entre os professores da país”.
Os estudantes latinos são o maior grupo étnico nos Estados Unidos. Em 2020, mais de um em cada quatro estudantes de escolas públicas dos EUA era latino. No entanto, apesar da grande representatividade e do conjunto diversificado de talentos e experiências que trazem para a sala de aula, os latinos muitas vezes enfrentam desafios em maior proporção do que outros grupos, aponta o relatório.
Amalia Chamorro, diretora de política educacional da UnidosUS, disse ao
Latino Rebels que “a maioria dos problemas, como o acesso desigual à internet, existia antes da pandemia, mas se tornou mais perceptível quando tudo se tornou virtual”.
O relatório também mostra que as taxas de conclusão de cursos de graduação e de matrículas nas universidades entre os alunos latinos diminuíram. Além disso, de acordo com Amalia Chamorro para o Latino Rebels, “há 28% da população estudantil no K-12 [ensino primário e secundário] que são latinos, mas ainda temos apenas 9% da população de professores que se identificam como latinos [...] As pesquisas mostram que os alunos se saem melhor quando se veem refletidos em seus professores e mentores”.
Para melhorar essas questões, a UnidosUS propõe um conjunto de sete passos que devem nortear as novas políticas educacionais em todos os níveis de governo:
1. Priorizar dados contestáveis sobre o aprendizado dos alunos para identificar e apoiar escolas de baixo desempenho.
2. Fornecer financiamento equitativo para apoiar estudantes de baixa renda;
3. Aplicar nova abordagem para alunos multilíngues baseada em suas experiências;
4. Garantir o acesso a escolas inclusivas, responsivas e acolhedoras;
5. Apoiar o aprendizado “em qualquer lugar, a qualquer hora” com o reforço da alfabetização digital;
6. Garantir o engajamento autêntico com alunos e suas famílias;
7. Manter os alunos no caminho certo para o ensino superior.
O relatório argumenta que, se promulgado, suas ações propostas criariam as condições para o progresso contínuo dos latinos, o que, por sua vez, aumentaria os níveis de desempenho da população estudantil em geral.
Segundo os dados apresentados, os alunos latinos têm propensão maior a estarem matriculados em escolas de ensino mais precário e que permaneceram no aprendizado remoto por mais tempo. Essas instituições também experimentaram os maiores declínios no desempenho escolar e estima-se uma perda de cerca de meio ano de progresso em matemática e leitura durante o ano letivo de 2020 e 2021.
A organização afirmou ao Latino Rebels que “a população estudantil latina representará cerca de 1/3 dos alunos no país em apenas alguns anos. Então, se você está investindo em estudantes latinos, está realmente investindo no sistema educacional e na população escolar em geral”.
