O número de latinos republicanos atuando na Câmara dos Estados Unidos em 2023 pode aumentar em 50% após as eleições de meio de mandato em novembro. Após a estratégia de recrutamento pelo partido, houve uma série de vitórias nas primárias de verão de candidatos latinos/hispânicos em alguns Estados, como Oregon, Texas e Virgínia.
A última vitória de um candidato latino republicano, Juan Ciscomani, aconteceu na terça-feira, 2 de agosto, no sul do Arizona. Ele se mudou do México para os EUA quando criança e trabalhou como principal conselheiro do governador republicano Doug Ducey em questões relacionadas à fronteira e comércio.
Além de Ciscomani, há uma série de novos membros em potencial que podem trocar os assentos ocupados pelos democratas neste outono. Segundo o
Politico, “A lista inclui Monica De La Cruz e Cassy Garcia, que estão concorrendo por dois distritos altamente competitivos do sul do Texas; Lori Chavez-DeRemer, ex-prefeita que concorre a uma vaga no oeste do Oregon; Yesli Vega, uma supervisora do condado de Prince William, na Virgínia, que se opõe à deputada Abigail Spanberger (D-Va.); e Michelle Garcia Holmes e Alexis Martinez Johnson, que estão desafiando dois titulares democratas no Novo México”.
Os recrutadores do partido têm se empenhado cada vez mais na conquista de eleitores latinos 2020, quando Donald Trump teve uma boa votação entre o segmento. Agora o objetivo tem sido cada vez mais a conquista do voto daqueles que estão desiludidos com o governo Biden e a busca por apoio desse eleitorado que se espalha por quase todas as regiões do país e variam de descendentes de brasileiros a mexicanos e guatemaltecos.
Com o apoio de eleitores cubano-americanos, republicanos latinos foram eleitos e conquistaram forte presença no sul da Flórida. Em junho deste ano, o partido obteve sucesso em sua estratégia, quando a deputada republicana Mayra Flores conseguiu uma vitória surpreendente nas eleições especiais no sul do Texas, encerrando quase um século de controle democrata ininterrupto da região. Sua vitória serviu de modelo e inspiração para outros candidatos latinos.
Ainda segundo o Politico, “os primeiros sinais de impulso apareceram em 2020, quando os candidatos latinos em Miami e no oeste do Texas chegaram ao Congresso impulsionados por Trump. Os representantes Carlos Gimenez (R-Fla.), María Elvira Salazar (R-Fla.) e Tony Gonzales (R-Texas) conquistaram assentos que oscilaram fortemente para a direita entre 2016 e 2020. [...] Atualmente, há apenas uma dúzia de republicanos hispânicos na Câmara, em comparação com cerca de 30 democratas”.
Nas primárias que ocorrerão em agosto e setembro, alguns candidatos republicanos estão confiantes na vitória: George Logan, um ex-senador estadual que desafia a deputada Jahana Hayes (D-Conn.); Anna Paulina Luna, apoiada por Trump e que concorre a uma vaga na Flórida; e George Santos, filho de imigrantes brasileiros que está concorrendo a uma vaga em Long Island.
“Os democratas, particularmente no sul do Texas, há muito alertam que seu partido precisa intensificar o alcance dos eleitores latinos, especialmente após a vitória de Flores na eleição especial de junho. [...] Vários candidatos latinos republicanos que disputam este ano eleitoral disseram que eles ou seus familiares costumavam ser democratas antes de o partido se orientar politicamente para a esquerda. Os recrutadores afirmam que o aumento de candidatos latinos é uma consequência desse movimento”, de acordo com a publicação.
O deputado Tom Emmer, presidente da seção de campanha do Partido Republicano na Câmara, declarou: “Estamos oferecendo candidatos que realmente não apenas se parecem e soam como o distrito, mas estão focados nas questões que mais importam para eles [que] acreditam na família, na fé e na liberdade, e na oportunidade que este país oferece. Eles veem nossos colegas do outro lado do corredor matando o sonho americano”.