O deputado democrata Joaquin Castro (D-San Antonio), juntou-se a “Spanish Language Disinformation Coalition” (“Coalizão de Desinformação em Língua Espanhola”), uma coalizão de organizações latinas nos EUA, em seus apelos para que as plataformas de mídia social tomem medidas efetivas para combater teorias conspiratórias e desinformação política direcionadas às comunidades de língua espanhola. Os grupos expressaram seu descontentamento dizendo que as empresas de mídia social não estão fazendo o suficiente para conter a disseminação de “fake News” visando especificamente os latinos.
Segundo o Texas Tribune, a coalizão “diz que os falantes de espanhol são particularmente vulneráveis devido ao uso intenso de plataformas como YouTube e WhatsApp, onde a desinformação sobre a votação se espalhou no período que antecedeu as eleições de meio de mandato de 2022. Eles citam uma enxurrada contínua de conspirações e retórica extremista que já provocou violência no Texas e em outros lugares”.
Noticiamos anteriormente que, de acordo com uma pesquisa realizada pelo grupo Nielsen, a comunidade latina no país, em comparação a população geral, demonstra uma tendência maior em consumir e compartilhar notícias e informações falsas online.
A Meta, empresa controladora do Facebook e WhatsApp, e Alphabet, empresa controladora do Google e YouTube, não puderam ser contatados imediatamente pelos editores do Texas Tribune até o dia 13 deste mês.
No dia 10 de outubro, o grupo de vigilância Media Matters for America publicoua informação da descoberta de que muitos vídeos em espanhol com informações falsas continuam a se espalhar no YouTube, apesar das promessas da plataforma de melhorar o monitoramento antes das eleições de meio de mandato no próximo mês. Pesquisadores dizem que a desinformação foi direcionada e particularmente saliente entre as comunidades latinas.
“Os latinos são afetados por um ambiente de desinformação diferente do que atinge a população dos EUA em geral, e muitas vezes são visados de maneiras específicas para suas origens nacionais”, escreveram pesquisadores da Universidade de Houston no início deste ano. “Por exemplo, muitas de suas fontes manifestaram preocupações com o socialismo (muitas vezes usando o termo ‘folhetos do governo’), encorajaram o ressentimento racial entre afro-americanos e latinos ou se aproveitaram da desconfiança da autoridade na comunidade latina”, segundo a publicação do Texas Tribune.
Os apelos da coalizão ocorrem no momento em que os legisladores do Texas continuam a se opor à moderação nas plataformas de mídia social. “No ano passado, o legislativo estadual aprovou uma lei que proibia grandes empresas de tecnologia de remover usuários por um ‘ponto de vista’. A lei, que está sendo discutida no tribunal, também exige que as plataformas façam relatórios públicos sobre o conteúdo ou as contas que removem, conforme a mesma publicação.
A lei
foi parte de uma reação mais ampla a ala conservadora da política estadunidense
contra grandes empresas de tecnologia. As alegações foram exacerbadas pela
decisão do Twitter de banir o ex-presidente Donald Trump e 70.000 contas
que ajudaram a espalhar desinformação e teorias perigosas antes da insurreição
de 6 de janeiro de 2021 no Capitólio dos Estados Unidos.