Rua Hygino Muzy Filho, 737, MARÍLIA - SP contato@latinoobservatory.org
IMG-LOGO
Início / Notícias

Notícias

O documentário “I am Vanessa Guillen” mostra a busca de uma família latina que instigou a reforma militar nos EUA

Editores | 27/11/2022 13:16 | CULTURA E SOCIEDADE
IMG Foto: Netflix

Um novo documentário “I am Vanessa Guillen sobre o assassinato de uma soldada mexicana-americana, fornece uma visão interna da luta tenaz que sua família empreendeu para provocar mudanças no sistema de justiça militar nos Estados Unidos.


Christy Wegener, diretora do documentário “I am Vanessa Guillen” disponível na Netflix a partir deste mês, disse para a NBC News que este “não é um documentário policial tradicional de forma alguma. Ele tem uma missão maior. Focamos no fato de que esta família estava passando por um dos períodos mais difíceis de suas vidas e eles transformaram isso em um movimento para ajudar o bem maior”.


Vanessa Guillen desapareceu da base militar de Fort Hood, no Texas, em 22 de abril de 2020. Advogados e familiares rapidamente organizaram manifestações fora da base e lançaram uma campanha com a hashtag #FindVanessaGuillen.


Alguns meses depois e as ligações para #FindVanessaGuillen “se transformaram em demandas por #JusticeForVanessaGuillen depois que seus restos mortais desmembrados foram encontrados perto da base. Um soldado da base se matou quando a polícia se aproximou para prendê-lo pois tinha conexões com o desaparecimento e morte de Guillen, segundo as autoridades”, informou a NBC.


O Fort Hood tem algumas das taxas mais altas de assassinato, agressão sexual e assédio no Exército, e Vanessa já havia alertado parentes e colegas que ela havia sido assediada sexualmente. Após a investigação do Exército, depois de sua morte, foi confirmada essa informação, o que levou inúmeros militares a compartilhar suas experiências com agressão sexual e assédio nas mídias sociais usando a hashtag #IAmVanessaGuillen.


“O documentário começa com os Guillens enfrentando um caminho pouco claro visando a justiça da soldado morta, em parte porque o sistema de justiça militar depende de comandantes que possuem poder discricionário para decidir se um crime deve ser acusado e como os infratores devem ser punidos – uma estrutura que a família e seus defensores sentiram que pouco contribuiu para fornecer respostas e menos ainda para responsabilizar alguém”, conforme a NBC.


A família de Vanessa decidiu, que para obter alguma justiça, deveria convencer o Congresso a introduzir uma nova lei com o nome de Vanessa para que os culpados pela sua morte fossem realmente responsabilizados.


Segundo a NBC, “O movimento ajudou a desencadear algumas mudanças. Isso resultou na remoção de 14 líderes de Fort Hood de seus cargos e levou a várias reformas da política militar, incluindo revisões no programa de prevenção e assédio sexual do Exército e nos protocolos de ‘soldado desaparecido’, entre outras mudanças”.


“Partes importantes da Lei Eu Sou Vanessa Guillen entraram em vigor em dezembro de 2021, incluindo a criminalização do assédio sexual de acordo com o Código Uniforme de Justiça Militar, melhorando a forma como certos funcionários respondem a crimes relacionados a sexo por meio de investigações independentes e removendo a decisão discricionária de processar casos de má conduta sexual das cadeias de comando dos militares”.


O caso de Vanessa ressoou particularmente nas comunidades latinas em todo o país, pois elas se tornaram a população minoritária de crescimento mais rápido nas Forças Armadas, de acordo com o Pew Research Center.


“Os Guillens processaram o Departamento de Defesa dos EUA em agosto pedindo US$ 35 milhões em danos pela morte injusta de Vanessa. O departamento agora tem três meses para responder, seja chegando a um acordo ou levando o caso a um julgamento por júri”, segundo a NBC.

Pesquise uma notícia: