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Novo Congresso dos EUA tem número recorde de legisladores latinos que estão se preparando para desafiar o status quo

Editores | 15/01/2023 19:58 | POLÍTICA E ECONOMIA
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Segundo análise pós-eleitoral de 2022 das disputas estaduais e federais do Fundo Educacional da Associação Nacional de Oficiais Latinos Eleitos e Nomeados (NALEO), o atual 118º Congresso dos Estados Unidos reúne um número recorde denovos membros latinos. A eleição de 14 novos membros latinos fará deste o Congresso o mais latino de todos os tempos. Serão 47 deputados na Câmara, ou seja, 11% dos 435 deputados do país.


Embora muito se tenha falado sobre a virada para a direita de alguns eleitores latinos nos últimos anos, os membros latinos de esquerda refletem uma parte crescente da comunidade latina cuja política se tornou mais progressista como resultado da relativa juventude de seus eleitores e em resposta ao aumento nos últimos anos de candidatos hispânicos apoiados pelo ex-presidente Donald Trump, segundo especialistas.


“Muitos dos novos democratas foram endossados pelo Congressional Progressive Caucus PAC, compartilham origens da classe trabalhadora ou experiências como imigrantes e realizaram campanhas progressistas em distritos congressionais com populações latinas significativas”, de acordo com matéria do The WashingtonPost.


Dentre os latinos republicanos eleitos para o novo Congresso, Anna Paulina Luna, representante do 13º Distrito Congressional da Flórida, pode ser um exemplo importante de que a eleição de mais latinas e latinos não garante uma atuação mais progressista. Luna tem ascendência mexicana-americana e faz parte do movimento político reacionário cujo slogan é MAGA” (Make America Great Again), que se originou na campanha presidencial de Ronald Reagan em 1980. Popularizado por Donald Trump durante a sua campanha presidencial em 2016, um dos objetivos foi a incitação do ódio contra os imigrantes mexicanos. A contradição é que muitos latinos e latinas rapidamente apoiaram o movimento que sempre teve adesão de parte do eleitorado latino.


“Seu apoio pode parecer contraintuitivo para aqueles que acreditam que os latinos se voltariam contra Trump, mas sempre houve uma minoria de latinos que veem outros latinos e latinas como o ‘outro’. O que o MAGA fez foi dar a essas vozes uma plataforma que não apenas amplifica essas visões extremistas, mas também fornece cobertura para seus aliados nacionalistas brancos”, de acordo com a matéria da MSNBC.


De acordo com a análise da NALEO, 12 republicanos latinos servirão na Câmara, cinco deles são novos membros. Juan Ciscomani servirá como o primeiro representante republicano latino do Arizona, e Lori Chavez-DeRemer será a primeira latina a representar o Oregon na Câmara dos Deputados. No Texas, Monica De La Cruz derrotou a progressista Michelle Vallejo, que também é latina, para dar ao Partido Republicano um distrito no Vale do Rio Grande, e depois há a Flórida, que elegeu Luna como a primeira representante mexicano-americana do estado. Vale ainda mencionar o filho de brasileiros, George Santos, eleito pelo estado de Nova York, que enfrenta um grande escrutínio após o New York Times denunciar as diversas mentiras contadas por ele durante a campanha eleitoral.


Os latinos democratas recém-eleitos se reuniram recentemente para realizar sua primeira coletiva de imprensa em Washington, DC. Eles falaram sobre suas prioridades legislativas, incluindo mudanças imediatas na imigração e expansão do crédito fiscal para crianças e “sinalizaram que não hesitariam em usar táticas agressivas para influenciar membros latinos veteranos do Congresso, muitos dos quais expressam pontos de vista mais moderados do que os deles”, segundo o The Post.


“Vamos trabalhar muito para mudar não apenas nosso próprio Caucus Progressista, mas também nosso Caucus Hispânico, e tentar trazer um novo senso de urgência. Não queremos esperar mais” pela mudança, disse o democrata Robert Garcia na coletiva de imprensa.

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