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O Partido Republicano da Câmara estabelece as bases para o impeachment de Alejandro Mayorkas

Editores | 21/01/2023 20:40 | POLÍTICA E ECONOMIA
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Durante a primeira semana dos trabalhos no Congresso, o deputado Pat Fallon, um republicano do Texas, ingressou disposições de impeachment contra Alejandro Mayorkas, o Secretário de Segurança Interna dos EUA, sobre a crise imigratória na fronteira sul do país. O deputado Andy Biggs, um republicano de extrema direita do Arizona, prometeu reingressar uma resolução semelhante nas próximas semanas, que pode servir de modelo para eventuais processos de impeachment.


A resolução de Fallon diz que Mayorkas “minou o controle operacional de nossa fronteira sul e encorajou a imigração ilegal”, alegando também que ele mentiu ao Congresso ao dizer que a fronteira estava segura. Por outro lado, os democratas dizem que os republicanos estão ameaçando Mayorkas por razões puramente políticas.


Segundo a CNN, “os principais presidentes de comitês já estão se preparando para realizar audiências sobre os problemas na fronteira sul, o que os republicanos dizem que pode servir como um prelúdio para um inquérito de impeachment contra Mayorkas. Três comitês da Câmara – Supervisão, Segurança Interna e Judiciário – logo realizarão audiências sobre o afluxo de migrantes e questões de segurança na fronteira”.


“O Comitê Judiciário da Câmara, que teria jurisdição sobre uma resolução de impeachment, está preparado para prosseguir com os procedimentos formais se parecer haver um consenso na conferência do Partido Republicano, de acordo com uma fonte do Partido Republicano diretamente familiarizada com o assunto. A primeira resolução de impeachment apresentada pelos republicanos da Câmara já obteve apoio, inclusive, de um membro da equipe de liderança do Partido Republicano”.


A resolução ocorre em meio a uma semana movimentada no governo Biden. O presidente Biden visitou a fronteira no fim de semana pela primeira vez desde que assumiu o cargo, prometendo entregar mais recursos aos policiais que patrulham a região.


Já Alejandro Mayorkas esteve no México reunindo-se com autoridades de lá sobre uma variedade de questões, incluindo o acordo de migração compartilhada lançado pelo governo Biden recentemente. Mayorkas possivelmente também discutiu a coordenação do crime transnacional com as autoridades mexicanas, segundo o TheHill.


“É extremamente raro que um secretário de Gabinete sofra impeachment, algo que só aconteceu uma vez na história dos Estados Unidos – quando William Belknap, o secretário de guerra, foi cassado pela Câmara antes de ser absolvido pelo Senado em 1876. No entanto, é uma possibilidade muito real agora depois que Kevin McCarthy – enquanto pressionava pelos votos para ganhar a presidência – pediu a Mayorkas que renunciasse ou enfrentaria um possível processo de impeachment”, informou a CNN.


A resolução de Fallon não se moverá sem ação adicional da liderança do Partido Republicano, mas, de outra forma, iniciaria um processo que o presidente da Câmara, Kevin McCarthy parece considerar com cuidado.


“Os republicanos da Câmara investigarão cada ordem, cada ação e cada falha para determinar se pode iniciar o inquérito de impeachment”, disse McCarthy em uma coletiva de imprensa em El Paso, Texas, em novembro.


“Suas ações intencionais corroem nosso sistema de imigração, minam o moral da patrulha de fronteira e põem em risco a segurança nacional americana. Ele deve ser removido do cargo”, disse Fallon em um comunicado.


O Departamento de Segurança Interna dos EUA (DHS) comunicou na terça-feira (17) que Mayorkas não tem planos de renunciar e argumentou que os fundamentos do impeachment apontados pelo Partido Republicano eram imprecisos e não cumpriam os padrões para qualificá-los como crimes e contravenções graves.


“O secretário Mayorkas tem orgulho de promover a nobre missão deste Departamento, apoiar sua extraordinária força de trabalho e servir ao povo americano. O Departamento continuará nosso trabalho para fazer cumprir nossas leis e proteger nossa fronteira, enquanto constrói um sistema de imigração seguro, ordeiro e humano”, disse a secretária adjunta de Assuntos Públicos, Marsha Espinosa, em comunicado.


“Mesmo que uma resolução de impeachment seja aprovada na Câmara, obter uma maioria de dois terços no Senado para condenar Mayorkas não tem praticamente nenhuma chance de sucesso. Alguns republicanos do Senado, como o senador republicano John Thune, de Dakota do Sul, não se comprometeram a apoiar tal movimento. E os democratas estão descartando a ideia”, observa a matéria da CNN.

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