Recentemente, um grupo de legisladores do estado de Connecticut apresentaram um projeto de lei para proibir que agências do estado utilizassem o termo “Latinx” em comunicados oficiais. O termo tem sido adotado para substituir o termo “Latino” ou “Latina” e, assim, contemplar aqueles que não se identificam com os gêneros masculinos e femininos.
Um dos deputados que está à frente do projeto, Geraldo Reyes Jr., de Waterbury, afirmou que o termo “Latinx” não representa os latinos, principalmente por não ser uma palavra em espanhol. O deputado defende que a palavra “Latinos” já estaria representando a todos e seria um termo neutro. Ele é descendente de porto-riquenhos e conta com outros colegas latinos que defendem o projeto.
Alguns defensores da expressão, como a professora Maia Gil'Adi, afirma que a utilização da palavra “Latino” é excludente para as mulheres e aqueles que não se identificam com nenhum dos gêneros. Ela ainda relembra que a utilização de “Latinx” remonta da década de 1990, quando jovens da comunidade latina e Queer introduziram o termo e o ‘x’ seria uma lembrança das raízes indígenas de alguns.
Outro professor, David Pharies, da Universidade da Flórida, diz que a utilização da palavra com um ‘x’ no final foi “claramente uma solução proposta fora do mundo de língua espanhola”. Segundo ele, uma alternativa para isso seria utilizar o ‘e’, formando “Latine” e facilitando a pronúncia dos falantes de espanhol.
No entanto, conforme algumas pesquisas realizadas, como da Gallup, demonstram que são poucos latinos que preferem a utilização do termo “Latinx”. A pesquisa revelou que 15% preferem “latinos” e 23% preferem “hispânicos” enquanto apenas 4% preferem “Latinx”. A maioria (57%) diz não se importar ou não ter preferência por nenhuma das expressões.
Sobre a utilização de “Latinx” em documentos públicos, não é possível rastrear quantas vezes ele aparece. Em uma pesquisa no portal do governo do estado retorna ao menos 945 aparições do termo em documentos estatais, a maioria em comunicados de imprensa, blogs e reportagens.
Um mês antes desse projeto em Connecticut, a governadora do Arkansas, Sarah Huckabee Sanders, lançou uma série de medidas após assumir o cargo e, dentre elas, proibiu que os funcionários do governo utilizassem o termo “Latinx” em documentos oficiais. Outros políticos ao redor do país também já haviam instruído suas bases para que não utilizassem essa expressão em conteúdos formais.
Outra importante decisão sobre o tema foi da League of United Latin American Citizens, criado em 1929, é o mais antigo grupo de latinos pela luta por direitos civis. Desde 2021, o grupo não utiliza a palavra “Latinx”.
https://edition.cnn.com/2023/02/02/politics/connecticut-latinx-ban-bill-cec/index.html