Dados divulgados recentemente da “
Pesquisa Nacional de Latinos” do Pew Research Center, revela que a maioria dos adultos latinos/hispânicos (62%) que vivem nos Estados Unidos declararam que ter a pele escura é um fator que potencializa a discriminação diária no país, os impedindo de progredir a uma vida material melhor. Por outro lado, ter uma cor de pele mais clara, já é percebido pelos adultos latinos (59%) como fator que contribui para o aumento das possibilidades de se conquistar progresso no país.
Os pesquisadores indicam que “o impacto percebido da cor da pele na vida dos latinos dos EUA é amplo. Desde o impacto em sua capacidade de progredir no país até a modelagem de suas experiências de vida diária e como lidar com a discriminação, a cor da pele é vista pelos latinos como um fator importante que afeta suas vidas e oportunidades de vida”.
Uma medida de autoavaliação da cor da pele foi incluída na pesquisa como uma das quatro medidas de identidade racial. A pesquisa usou uma versão da escala de cor de pele de 10 pontos de Yadon-Ostfeld, em que um representa a cor de pele mais clara e 10 a mais escura. Os participantes da pesquisa foram solicitados a selecionar a cor que mais se aproximasse da sua, mesmo que nenhuma delas estivesse exatamente correta.
As respostas foram distribuídas principalmente para cores de pele mais claras. Oito em cada dez hispânicos selecionaram uma das quatro cores de pele mais claras, com a segunda mais clara no ranking (28%), seguida pela terceira (21%) e quarta cores mais claras (17%). Em contraste, 15% dos entrevistados latinos selecionaram uma das seis cores de pele mais escuras, com apenas 3% no total selecionando uma das quatro cores de pele mais escuras (7-10). Para este relatório, aqueles que indicaram que sua cor de pele está entre um e quatro são identificados como de cor da pele mais clara, enquanto aqueles que indicaram que sua cor de pele está entre cinco e 10 são identificados como de cor de pele mais escura”.
Algumas das experiências de discriminação relatadas, e que acometem com maior frequência os latinos considerados de pele escura, acontecem ao não serem tratados como se não fossem inteligentes, quando são criticados por falar espanhol, ao ouvirem das pessoas que deveriam retornar ao país de origem, ao sofrerem injustamente revista policial e, até mesmo, ao serem chamados por nomes ofensivos.
Ainda de acordo com a pesquisa, “o colorismo também está presente nos Estados Unidos e impactou de forma semelhante a vida de hispânicos, negros e asiáticos americanos, coexistindo com a discriminação racial. E está ligado de forma semelhante a uma série de resultados. Por exemplo, o racismo pode afetar tanto os hispânicos de pele mais clara como a de cor de pele mais escura, mas os hispânicos com pele mais escura podem sofrer mais discriminação”.
São vários os fatores históricos, políticos, econômicos e culturais dos quais se originam essas experiências de discriminação, e as percepções e opiniões conflitantes acerca da cor de pele e “raça” acabam por se vincularem nessas situações.
A pesquisa completa está disponível
aqui.