O crescimento populacional nos Estados Unidos atingiu sua menor taxa desde a fundação do país. Os dados do relatório do Census Bureau, no último dia 22 de dezembro, apontaram que houve uma “desaceleração histórica no crescimento da população nacional”.
“O país acrescentou apenas 392.665 pessoas, uma taxa de crescimento de 0,1% no ano, de 1.º de julho de 2020 a 1.º de julho de 2021. De cordo com reportagem da
NBC News, essa desaceleração é resultado das consequências da pandemia do Covid-19, da redução da imigração internacional e das baixas taxas de fertilidade entre as mulheres, inclusive as latinas.
Ainda conforme a publicação, a comunidade latina no país foi responsável por mais de 50% do crescimento populacional no país na última década, representando 62,1 milhões de pessoas em abril de 2020, ou seja, 18.7% da população. Nos últimos dez anos esse crescimento foi mais significativo pela quantidade de nascimentos do que em relação à migração, diferente das décadas de 1980 e 1990 quando ocorreu o inverso.
“O declínio da população pode ter impactos econômicos, reduzindo o número de trabalhadores disponíveis e afetando a produção nacional. Os latinos têm sido a chave para manter o crescimento da população do país, à medida que a geração mais branca do baby boomers está envelhecendo”.
O número de nascimentos de filhos de mulheres latinas vem sofrendo queda, apesar de representarem por anos o grupo étnico no país com maior taxa de nascimentos.
Conforme a reportagem, “em 2019, a taxa de fertilidade das latinas era de 1,93 filhos por mulher e, em 2020, era pouco menos de 1,87. Isso é uma queda significativa da taxa de fertilidade de 2,1 para as latinas há cerca de cinco anos”. Os motivos apontados são referentes a declínio da migração do México, a maior inclusão na educação de nível superior, e a pandemia.
No entanto, conforme demonstra a publicação, as mulheres latinas são a maioria quando considerada a faixa etária de fertilidade. Nos Estados Unidos, as latinas em idade reprodutiva correspondem a 61% em comparação a 41% das mulheres não latinas, o que projeta o aumento populacional de latinos devido ao grande número dessas mulheres em idade reprodutiva.
Em relação às mortes por Covid-19, os latinos respondem por cerca de 17.2% das mortes, segundo os “Centers for Disease Control and Prevention” (Centros de Controle e Prevenção de Doenças — CDC).
“Os dados do CDC também mostraram que, em todas as faixas etárias, os hispânicos viram mais mortes do que sua parcela da população dos EUA na mesma faixa etária. Isso é particularmente verdadeiro na faixa etária de 35 a 44 anos. Nessa faixa, os hispânicos são 20% da população, mas 35% das mortes da Covid-19. Os números são semelhantes na faixa etária mais próxima, 25 a 34 anos”.
Apenas a população de Porto Rico sofreu com a perda 17.954 pessoas no período de um ano. Essa queda se deu, principalmente, pelas ocorrências de mais mortes e devido à diminuição do fluxo migratório de entrada.
“A agência disse que no ano entre 1.º de julho de 2020 e 1.º de julho de 2021, a migração internacional líquida — a diferença entre o número de pessoas que entraram e saíram do país — superou o aumento natural, o número de nascimentos excedentes ao longo das mortes. Um total de 244.622 pessoas foram adicionadas à população dos EUA por meio da migração líquida naquele período, enquanto 148.043 foram adicionadas por um aumento natural”, revelou o escritório do Censo.