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A organização “Voto Latino” nos EUA está utilizando o mundo digital para incentivar os jovens a votarem

Editores | 04/12/2023 19:41 | POLÍTICA E ECONOMIA
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Com a crescente influência demográfica dos latinos nos Estados Unidos e com a população latina em constante aumento, consequentemente, estima-se também um aumento na quantidade de eleitores habilitados. Segundo a organização “VotoLatino haverá 4,1 milhões de eleitores latinos aptos em 2024 que não o eram em 2020.


De acordo com dados do relatório publicado em julho deste ano do Pew ResearchCenter, espera-se que cerca de 34,5 milhões de latinos/hispânicos votem nas próximas eleições, representando mais de 14% do eleitorado. No entanto, apesar desse crescimento, historicamente, os latinos votaram em níveis mais baixos em comparação com outros grupos.


A organização Voto Latino busca abordar essa questão concentrando seus esforços na educação das gerações mais jovens para aumentar o número de eleitores registrados.


Em uma entrevista realizada pela Latin Times com Ameer Patel, Diretor Geral de Engajamento Cívico da organização, ele destaca os principais objetivos da Voto Latino para o próximo ciclo eleitoral. Isso inclui o registro de eleitores, fornecimento de educação sobre o processo eleitoral, informação sobre questões relevantes e incentivo à participação ativa nas eleições.


Patel observa que os desafios para aumentar a participação dos eleitores latinos incluem a maior probabilidade de serem eleitores de primeira geração, a idade mais jovem em comparação com outros grupos étnicos e a falta de contato por parte das campanhas políticas. A organização planeja investir em cinco estados principais: Arizona, Nevada, Texas, Carolina do Norte e Pensilvânia.


“[...] o eleitor latino médio é significativamente mais jovem do que os eleitores negros, asiáticos e brancos. E sabemos que os jovens tendem a votar menos do que os mais velhos. Isso é algo que acreditamos que pode mudar. Por exemplo, a maior parcela de eleitores latinos no Arizona em 2020 tinha entre 18 e 29 anos.


A última parte é que, embora os latinos sejam o segundo maior bloco eleitoral neste país, uma grande proporção de latinos afirma que não foram contactados pelas campanhas para os fazer votar. O número pode variar dependendo da eleição, mas tem sido ainda superior a 60%”.


Quando questionado sobre as diferenças entre as comunidades latinas, Patel destaca a diversidade étnica e cultural dentro desse grupo, enfatizando a importância de abordagens culturalmente competentes.


“A Voto Latino começou em 2004. Foi o apogeu das redes sociais. O MySpace ainda existia, a MTV também. Muito do que aconteceu foi trabalhar com Rosario Dawson, Wilmer Valderrama e outras celebridades para fazer PSAs e promover a votação. Foi uma forma eficaz. Cria-se conteúdo e faz com que celebridades falassem sobre eles quando iam aos shows”.


Nesse sentido, ele ressalta a estratégia atual chamada de “digital first” da Voto Latino, reconhecendo que os jovens passam mais tempo online, e destaca a mudança nas estratégias ao longo do tempo, incluindo o uso de micro influenciadores para alcançar públicos menores de maneira mais direta.


“Você tem micro influenciadores com milhões de seguidores e consegue criar conteúdo de forma orgânica e conversar com a comunidade sobre sua importância. Somos capazes de falar mais diretamente com públicos menores, em oposição ao estilo PSA grande. Muita coisa mudou e muita coisa mudará nos próximos quatro a seis anos”.


Ao ser questionado sobre quais questões ele se concentraria para conversar com alguém mais jovem, Patel respondeu que “para os latinos mais velhos, aprendemos que, em geral, a imigração não era uma das três principais questões. No entanto, para os jovens eleitores latinos, sim. Há muitas razões pelas quais isso poderia acontecer. Eles podem ter amigos sem documentos ou com status misto, ou eles próprios podem estar morando em famílias misturadas. Trata-se de tentar fazer uma reforma da imigração, tentando trazer uma perspectiva mais humana no processo e celebrando as suas raízes imigrantes. Também os vemos preocupando-se mais com a justiça racial e as alterações climáticas”.

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