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A questão do trabalho precário e sua relação com as desigualdades étnicas nos Estados Unidos

Editores | 07/01/2022 15:38 | POLÍTICA E ECONOMIA
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A precarização do trabalho tem atingido milhares de pessoas nos Estados Unidos, assim como em vários países do globo. Pesquisas apontam uma parte da força de trabalho nos Estados Unidos tem procurado cada vez mais plataformas digitais como meio de sustento. As chamadas “online gig platform” foram procuradas por 16% dos americanos adultos, sendo que 9% desses o fizeram no ano de 2020, de acordo com pesquisa realizada pelo Pew Research realizada em agosto de 2021. O estudo demonstrou como “o surgimento de empresas como Uber, TaskRabbit ou DoorDash expandiu a maneira como as pessoas ganham dinheiro e acrescentou outra dimensão à força de trabalho”.

No entanto, conforme aponta outra pesquisa do mesmo instituto, há uma questão étnica na relação entre as pessoas que assumem essas categorias de emprego, assim como todas as dificuldades enfrentadas por essa escolha. 

Conforme a publicação do Pew Research, “os adultos hispânicos têm mais probabilidade do que outros grupos raciais ou étnicos de ter feito gig work: 30% desse grupo já ganhou dinheiro através de uma plataforma de gig work online, em comparação com 20% dos adultos negros, 19% dos adultos asiáticos e participações ainda menores de adultos brancos (12%)”.

“Aceitar trabalhos gig também varia substancialmente com a idade. Adultos com menos de 50 anos são cerca de duas vezes mais do que aqueles com 50 anos ou mais (22% vs. 10%). Embora as gerações mais jovens tendam a ser mais diversificadas racial e etnicamente em comparação com as mais velhas, a idade por si só não explica totalmente as lacunas raciais e étnicas presentes nessa força de trabalho. Mesmo entre adultos com menos de 50 anos, hispânicos (34%) ou afroamericanos (27%) têm mais probabilidade do que aqueles sendo brancos (16%) de ter rendimentos através de uma plataforma online de gig work”.

A ascensão da economia de gigs gerou amplos debates acerca de sua precariedade e dos impactos na vida dos trabalhadores. Algumas das questões giram em torno dos preconceitos raciais percebidos por meio da avaliação dos clientes pelos aplicativos e, principalmente, da falta de proteção trabalhista legal. Apesar do discurso do empreendedorismo acerca da “maior liberdade e flexibilidade” que essas categorias de trabalho podem oferecer, fica comprovado por meio da pesquisa que é a população não branca, ou seja, latinos, asiáticos e negros, que têm a maior probabilidade de se disponibilizarem como força de trabalho nas plataformas online.

“A pesquisa atual constatou que a maioria dos trabalhadores das plataformas online gig, brancos (76%) e não brancos (81%), afirmam que sua experiência ao aceitar esses empregos foi positiva. No entanto, aqueles que não são brancos são mais propensos a relatar experiências perturbadoras, especificamente sentindo-se inseguros ou sendo assediados sexualmente durante o trabalho”.

A pesquisa esclarece ainda que “alguns trabalhos de gig podem exigir contato com o público, aumentando potencialmente o risco de exposição dos trabalhadores ao COVID-19. Cerca de 51% dos trabalhadores de gig que ganharam dinheiro com essas plataformas no ano de 2020, disseram que ficaram ao menos um pouco preocupados em contrair o Coronavírus durante o trabalho a pandemia”.

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