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O Partido Republicano se concentra no histórico crítico de Biden sobre imigração para alcançar vantagens nas disputas eleitorais de 2022

Editores | 24/01/2022 00:23 | POLÍTICA E ECONOMIA
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As disputas pelo poder nas próximas eleições estaduais nos Estados Unidos estão se acirrando ainda mais entre Republicanos e Democratas. Com a chegada de Joe Biden à presidência do país, os republicanos estão planejando como podem explorar as principais fraquezas do atual presidente no intuito de se conseguir o controle político na Câmara. 

Não por acaso, o tema da imigração é um problema para Biden nesse cenário de disputas acirradas. Como já mencionamos em nossa publicação anterior, o presidente precisa enfrentar os ataques vindos de políticos e analistas de direita que acusam o governo de beneficiar pessoas que violaram a lei federal de imigração e que ainda estaria incentivando a imigração ilegal. Por outro lado, tem que enfrentar o “fogo amigo” pela inação nos assuntos relacionados ao tema.

Segundo noticiado pela CNN News Stephen Miller, o responsável do governo de Donald Trump pela política de imigração, tem convocado partidários e candidatos nas próximas eleições pelo Partido Republicano a expor estrategicamente a “gritante vulnerabilidade de Biden”, tomando a questão como o diálogo central  frente às noticiadas crises imigratórias na fronteira dos EUA.

Após um ano de mandato, Biden enfrenta uma grande queda de sua popularidade com cerca de 42,5% de aprovação e 51,8% de rejeição. O atual presidente também tem enfrentado críticas de analistas de esquerda e da ala progressista do partido Democrata. Nossa análise já apontou que um dos temas que alimenta essa frustração é a imigração: “uma mudança nos rumos dessa política esteve no centro das promessas eleitorais de Joe Biden, justamente para buscar o apoio da grande comunidade latina presente nos Estados Unidos”. Nesse aspecto, duas questões sobressaíam: a falta de mudança nas diretrizes de Trump que criou a política Remain in Mexico, que proíbe o ingresso de imigrantes em território estadunidense para solicitar asilo, e a falha na legalização de cerca de 11 milhões de imigrantes “indocumentados” que vivem nos Estados Unidos ilegalmente.

Outras políticas de imigração do governo Trump foram mantidas por Biden, como a “ordem de saúde pública” que permite a rápida expulsão de imigrantes encontrados na fronteira, e a citada política que os obriga a permanecer no México até a data marcada pelo tribunal de imigração nos Estados Unidos. Como resultado, muitos eleitores indecisos que julgaram cruéis as políticas de Trump, não entendem como podem agora confiar em Biden.

Com a fragilidade do tema e as insatisfações em torno de Biden, grupos que condenam imigrações veem o tema como uma oportunidade óbvia na elaboração de táticas de campanha pelos republicanos anti-imigração, que veem o vacilo do atual governo como uma oportunidade de se capitalizar para as eleições de meio de mandato. 

Preocupada primeiramente com o problema da inflação, a organização chamada “Federation for American Immigration Reform”, conforme comentário feito por seu presidente à CNN, investirá altas quantias para lançar anúncios baseados nesses problemas que serão traduzidos na língua espanhola, o que pode ser importante para atingir o eleitorado latino.

“Em 2020, Trump, apesar de suas políticas de imigração linha-dura, fez incursões entre os eleitores em áreas hispânicas em todo o país. O Comitê Nacional Republicano planeja capitalizar isso e aumentar seu alcance junto aos eleitores hispânicos, conforme a porta-voz Emma Vaughn”, segundo a mesma publicação.

Para esse fim, os legisladores democratas prometeram continuar buscando um caminho para revisões de imigração depois que o parlamentar do Senado (espécie de secretária geral da mesa do Senado) rejeitou várias tentativas de incluir disposições de imigração na legislação Build Back Better.

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